Petróleo cai abaixo de US$ 85 com previsão de menor demanda nos EUA em 25 anos
Queda nos últimos dias afasta as previsões de que as cotações poderiam voltar ao patamar de US$ 100 e se contrapõe a uma alta do dólar e dos juros no mercado americano
Agência de notícias
Publicado em 5 de outubro de 2023 às 10h37.
O petróleo ampliou sua queda acentuada devido a preocupações de que uma desaceleração no crescimento global irá corroer o consumo. O Brent, de referência global, caiu abaixo dos US$ 85 pela primeira vez desde o fim de agosto, enquanto o tipo Texas (WTI), usado como referência nos Estados Unidos , ficou abaixo dos US$ 84, depois de registrar a maior queda desde setembro do ano passado, na quarta-feira.
Nesta quinta-feira, o WTI para entrega em novembro caiu 1,57%, sendo negociado a US$ 82,90 por barril, em Londres. Já o Brent para liquidação em dezembro estava 1,45% mais baixo, em US$ 84,57 por barril.
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A queda do petróleo seguiu-se a uma queda no consumo da gasolina, depois que dados dos EUA mostraram que os estoques aumentaram no país e o consumo caiu, sendo o mais fraco em 25 anos.
O petróleo também registrou queda nos principais níveis técnicos na quarta-feira, com o Brent e o WTI caindo abaixo de sua média móvel de 50 dias pela primeira vez desde julho. A volatilidade do mercado também aumentou, reforçando a negociação de opções.
Depois de uma forte recuperação no terceiro trimestre - com o benchmark dos EUA chegando a US$ 95 por barril perto do fim de setembro - o aumento do petróleo freou.
Embora os ganhos tenham alimentado a especulação de que o retorno do petróleo a US$ 100 estava próximo, outras pessoas permaneceram céticas, com o Citigroup Inc., um dos principais investidores, afirmando que os preços estavam em vias de se reverter à medida que o mercado voltasse a ter um excedente.
Taxas de juros e pressões inflacionárias
O recuo acentuado do petróleo ocorreu em um cenário de preocupações crescentes com as taxas de juros elevadas e com a economia global, que abalou os mercados acionários e de títulos nas últimas semanas.
Se for mantido, ele ajudará a esfriar as pressões inflacionárias, já que os bancos centrais, incluindo os do Federal Reserve, debatem se já aumentaram o suficiente os custos dos empréstimos. Os dados mensais de emprego dos EUA a serem divulgados na sexta-feira serão examinados em busca de pistas sobre a saúde da economia.
- O atual ambiente de taxas, juntamente com a força do dólar americano, só tem proporcionado ventos contrários mais fortes para o mercado - disse Warren Patterson, chefe de estratégia de commodities do ING.
A queda do preço do petróleo veio apesar dos anúncios da Arábia Saudita e da Rússia de que os cortes voluntários de produção permaneceriam em vigor até o fim do ano. Além disso, um comitê da OPEP+ recomendou que não houvesse mudanças nas restrições coletivas