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Pessoas estão se alimentando melhor, diz Mourão sobre alta de alimentos

Vice-presidente disse que parte da população passou a receber mais, com o auxílio do governo, e que o aumento nos preços é temporário

Para Mourão, o incremento no preço de alimentos básicos é causado pelo aumento do consumo interno (Ricardo Moraes/Reuters)
AO

Agência O Globo

Publicado em 9 de setembro de 2020 às 13h44.

Última atualização em 9 de setembro de 2020 às 14h50.

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou, nesta quarta-feira, que o incremento no preço de alimentos básicos é causado pelo aumento do consumo interno, ocasionado pelo auxílio financeiro do governo às famílias. Segundo Mourão, as pessoas estão "se alimentando melhor".

"É a questão da lei de oferta e procura. Uma porção de gente comprando porque o dinheiro que o governo injetou na economia foi muito acima daquilo que as pessoas estavam acostumadas. Tanto que está tendo grande compra de alimentos e material de construção. Então, as pessoas estão se alimentando melhor e melhorando suas casas", disse.

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O vice-presidente acrescentou que o crescimento das vendas desses produtos para o mercado externo também ajudou no aumento do preço. E, citando especificamente o arroz, produto que vem sofrendo com aumento de preço e pode ser encontrado até 80% mais caro em alguns supermercados, disse que houve uma redução na área de plantil do grão no Brasil, após produtores sofrerem prejuízos nos últimos anos.

"Também, nós estamos vendendo bastante para o mercado externo, a safra de arroz, que nos últimos anos a área plantada diminuiu porque os arrozeiros tiveram prejuízos, ai eles mudam de ramo, agora estão replantando", disse, e acrescentou: "É sazonal, daqui a pouco volta tudo ao normal".

Na terça-feira, pela segunda vez em menos de uma semana, o presidente Jair Bolsonaro fez um apelo aos donos de supermercados para diminuir os preços dos alimentos. A alta dos produtos da cesta básica, provocada por valorização do dólar, aumento das exportações e período de entressafra, pegou o governo de surpresa no momento em que ele se prepara para reduzir o valor do auxílio emergencial à metade.

O presidente, contudo, afirmou que não vai intervir, e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, garantiu que não haverá desabastecimento.

O auxílio emergencial de 600 reais mensais pago a mais de 60 milhões de pessoas garantiu a manutenção do consumo nos últimos meses.

"Eu tenho apelado para eles. Ninguém vai usar caneta Bic para tabelar nada, não existe tabelamento, mas estou pedido para eles que o lucro desses produtos essenciais no supermercado seja próximo de zero", comentou Bolsonaro.

Feijão, arroz, carne, leite e óleo de soja já subiram bastante, e mais altas são esperadas, já que os preços no atacado ainda estão em alta.

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