Pesquisa mostra cautela do brasileiro na tomada de crédito
Na sondagem, 82% das pessoas ouvidas disseram que não pretendem tomar crédito e 18% que têm intenção de contrair algum tipo de financiamento
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2016 às 17h09.
A maioria dos consumidores brasileiros está cautelosa com operações que podem resultar em endividamento , revela pesquisa divulgada hoje (14) pela Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), feita em conjunto com a TNS Brasil, empresa global de pesquisa de mercado.
O levantamento, o quinto do gênero, reúne informações coletadas em entrevistas com mil pessoas com idade entre 18 e 65 anos, de todas as regiões do país, no período de 18 a 22 de março.
Mais da metade dos entrevistados, 52%, são mulheres e 48%, homens. Na sondagem, 82% das pessoas ouvidas disseram que não pretendem tomar crédito e 18% que têm intenção de contrair algum tipo de financiamento.
Essa proporção mostra estabilidade em relação à ultima pesquisa, feita em outubro do ano passado.
No entanto, ao responder sobre quatro tipos de financiamento – imobiliário, consignado, automotivo e crédito direto ao consumidor (CDC), os entrevistados indicaram mudanças.
Aumentou o número dos que têm planos de financiar um imóvel, de 33% para 43%. Quanto ao consignado, 33% disseram que iriam recorrer a essa modalidade, mesmo percentual da apuração anterior.
A intenção de tomar crédito para compra de veículo caiu de 36% para 33%. Também caiu a parcela dos que planejam conseguir recursos por meio do CDC, de 32% para 24%.
Em outro quesito do questionário em que o objetivo foi levantar se o entrevistado tem dívidas, 69% responderam que sim, taxa maior do que a apurada na sondagem do ano passado, 66%.
Quanto ao tipo de dívidas, diminuiu a parcela dos que devem ao cartão de crédito, de 73% para 70%. Também houve redução da parcela com débitos por meio de carnês (de 31% para 30%); no caso dos financiamentos de carro (de 21% para 19%) e de leasing (de 4% para 3%).
Em sentido contrário, subiu o total dos entrevistados com operações de CDC em andamento, de 14% para 15%. Aumentou também o percentual dos que citaram outros tipos de dívidas (de 17% para 19%).
Na enquete sobre a percepção em torno da segurança no emprego nos próximos meses, não houve alteração sobre o comportamento registrado em outubro de 2015.
Permaneceu em 36% o total do grupo dos otimistas, que acreditam que continuarão ocupando o atual posto, assim como a parcela dos que temem perder a vaga.
A pesquisa também apurou que 36% estavam desempregados, mesmo percentual da última sondagem. Paralelamente, diminuiu de 86% para 84% o grupo que prevê aumento no desemprego e passou de 16% para 14%, o total dos que esperam o contrário disso.
A sondagem mostra ainda uma gradativa elevação no sentimento de piora quanto à situação do país.
Na primeira pesquisa, em 2014, 12% classificaram a situação do país como ruim ou péssima, taxa que subiu para 29%, em abril do ano passado; 31% em julho; 39% em outubro e 46% em março deste ano.
Entre os que consideram a situação ótima ou boa, o índice caiu de 17%, em 2014 para 7% em abril de 2015; caiu para 4%, em julho do ano passado; permaneceu estável em 4% em outubro e voltou a declinar para 3% em março deste ano.
A parcela que considera a situação regular passou de 44%, em 2014 para 37%, em 2016.
Crise política
Para a diretora de Desenvolvimento de Negócios da TNS, Elizabeth Salmeirão, o resultado da pesquisa reflete um comportamento de incerteza provocada pela instabilidade política do país.
“Uma vez que há incerteza, as decisões são postergadas”, disse Elizabeth. Falta à população confiança na condução da política econômica e existe temor quanto à manutenção dos empregos.
O presidente da Acrefi, Érico Ferreira, destacou que não existe previsibilidade no país. Isso, para Ferreira, é fruto do atual cenário em torno do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, em curso na Câmara dos Deputados.
Ele observou que, mesmo que ocorra o afastamento da presidenta, as dúvidas ainda persistirão, devido aos questionamentos que poderiam ser feitos aos sucessores, o vice-presidente Michel Temer, e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha PMDB-RJ), ambos sujeitos a responder a processos de impedimentos nos cargos.
Ferreira reconhece que a prudência do consumidor em adiar decisões tem um lado positivo no sentido pessoal, mas ressalta que a falta de consumo “tem um efeito péssimo para a economia”.
Segundo Ferreira, o grande problema é o desemprego e a falta de confiança por causa do atual quadro político.
Também presente ao anúncio dos resultados da pesquisa, o presidente da TNS, James Conrad, informou que em contatos com dirigentes de empresas multinacionais, pôde notar que eles esperam por mudanças com melhoria dos resultados econômicos a partir de 2018.
Conrad destacou que, em momentos de crise, também são criadas oportunidades de investimentos, como mostram experiências no Brasil, nos Estados Unidos e no Canadá e em países europeus.
Ele estima que, atualmente, cerca de 20% das companhias demonstram crescimento das atividades.
A maioria dos consumidores brasileiros está cautelosa com operações que podem resultar em endividamento , revela pesquisa divulgada hoje (14) pela Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), feita em conjunto com a TNS Brasil, empresa global de pesquisa de mercado.
O levantamento, o quinto do gênero, reúne informações coletadas em entrevistas com mil pessoas com idade entre 18 e 65 anos, de todas as regiões do país, no período de 18 a 22 de março.
Mais da metade dos entrevistados, 52%, são mulheres e 48%, homens. Na sondagem, 82% das pessoas ouvidas disseram que não pretendem tomar crédito e 18% que têm intenção de contrair algum tipo de financiamento.
Essa proporção mostra estabilidade em relação à ultima pesquisa, feita em outubro do ano passado.
No entanto, ao responder sobre quatro tipos de financiamento – imobiliário, consignado, automotivo e crédito direto ao consumidor (CDC), os entrevistados indicaram mudanças.
Aumentou o número dos que têm planos de financiar um imóvel, de 33% para 43%. Quanto ao consignado, 33% disseram que iriam recorrer a essa modalidade, mesmo percentual da apuração anterior.
A intenção de tomar crédito para compra de veículo caiu de 36% para 33%. Também caiu a parcela dos que planejam conseguir recursos por meio do CDC, de 32% para 24%.
Em outro quesito do questionário em que o objetivo foi levantar se o entrevistado tem dívidas, 69% responderam que sim, taxa maior do que a apurada na sondagem do ano passado, 66%.
Quanto ao tipo de dívidas, diminuiu a parcela dos que devem ao cartão de crédito, de 73% para 70%. Também houve redução da parcela com débitos por meio de carnês (de 31% para 30%); no caso dos financiamentos de carro (de 21% para 19%) e de leasing (de 4% para 3%).
Em sentido contrário, subiu o total dos entrevistados com operações de CDC em andamento, de 14% para 15%. Aumentou também o percentual dos que citaram outros tipos de dívidas (de 17% para 19%).
Na enquete sobre a percepção em torno da segurança no emprego nos próximos meses, não houve alteração sobre o comportamento registrado em outubro de 2015.
Permaneceu em 36% o total do grupo dos otimistas, que acreditam que continuarão ocupando o atual posto, assim como a parcela dos que temem perder a vaga.
A pesquisa também apurou que 36% estavam desempregados, mesmo percentual da última sondagem. Paralelamente, diminuiu de 86% para 84% o grupo que prevê aumento no desemprego e passou de 16% para 14%, o total dos que esperam o contrário disso.
A sondagem mostra ainda uma gradativa elevação no sentimento de piora quanto à situação do país.
Na primeira pesquisa, em 2014, 12% classificaram a situação do país como ruim ou péssima, taxa que subiu para 29%, em abril do ano passado; 31% em julho; 39% em outubro e 46% em março deste ano.
Entre os que consideram a situação ótima ou boa, o índice caiu de 17%, em 2014 para 7% em abril de 2015; caiu para 4%, em julho do ano passado; permaneceu estável em 4% em outubro e voltou a declinar para 3% em março deste ano.
A parcela que considera a situação regular passou de 44%, em 2014 para 37%, em 2016.
Crise política
Para a diretora de Desenvolvimento de Negócios da TNS, Elizabeth Salmeirão, o resultado da pesquisa reflete um comportamento de incerteza provocada pela instabilidade política do país.
“Uma vez que há incerteza, as decisões são postergadas”, disse Elizabeth. Falta à população confiança na condução da política econômica e existe temor quanto à manutenção dos empregos.
O presidente da Acrefi, Érico Ferreira, destacou que não existe previsibilidade no país. Isso, para Ferreira, é fruto do atual cenário em torno do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, em curso na Câmara dos Deputados.
Ele observou que, mesmo que ocorra o afastamento da presidenta, as dúvidas ainda persistirão, devido aos questionamentos que poderiam ser feitos aos sucessores, o vice-presidente Michel Temer, e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha PMDB-RJ), ambos sujeitos a responder a processos de impedimentos nos cargos.
Ferreira reconhece que a prudência do consumidor em adiar decisões tem um lado positivo no sentido pessoal, mas ressalta que a falta de consumo “tem um efeito péssimo para a economia”.
Segundo Ferreira, o grande problema é o desemprego e a falta de confiança por causa do atual quadro político.
Também presente ao anúncio dos resultados da pesquisa, o presidente da TNS, James Conrad, informou que em contatos com dirigentes de empresas multinacionais, pôde notar que eles esperam por mudanças com melhoria dos resultados econômicos a partir de 2018.
Conrad destacou que, em momentos de crise, também são criadas oportunidades de investimentos, como mostram experiências no Brasil, nos Estados Unidos e no Canadá e em países europeus.
Ele estima que, atualmente, cerca de 20% das companhias demonstram crescimento das atividades.