Economia

Payroll: EUA tem 223 mil novas vagas em dezembro, acima das expectativas

Novas vagas de emprego nos EUA chegaram a 223 mil em dezembro, segundo divulgado nesta sexta-feira; ainda assim, número é o menor desde janeiro de 2021, ajudando a reduzir temores inflacionários

Wall Street: principais índices nos EUA subiram logo após a divulgação do payroll de dezembro (Leandro Fonseca/Exame)

Wall Street: principais índices nos EUA subiram logo após a divulgação do payroll de dezembro (Leandro Fonseca/Exame)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 6 de janeiro de 2023 às 10h36.

Última atualização em 6 de janeiro de 2023 às 11h03.

Os Estados Unidos tiveram 223 mil novas vagas não-agrícolas em dezembro, segundo relatório de empregos urbanos do país, o chamado payroll, divulgado nesta sexta-feira, 6, pelo Departamento de Trabalho.

Com o resultado, a taxa de desemprego nos EUA foi a 3,5%, em cenário do chamado "emprego pleno".

O número veio pouco acima das projeções dos economistas, que apostavam em 200 mil empregos no período.

Apesar de acima do esperado, o payroll de dezembro indica o menor patamar desde janeiro de 2021, quando o saldo foi de 199 mil novas vagas. No mês anterior, em novembro de 2022, haviam sido criadas 263 mil novas vagas.

Os principais índices futuros nas bolsas americanas operavam em alta na manhã desta sexta-feira após o resultado.

O número de novas vagas é observado com atenção pelos mercados diante dos temores pela inflação americana, que bateu recordes ao longo de 2022. Um mercado de trabalho que siga altamente aquecido pode pressionar o Fed, banco central americano, a subir os juros além do previsto.

A inflação nos EUA tem desacelerado nos últimos meses, em cenário de alta de juros promovida pelo Fed. O CPI, principal índice inflacionário do país, ficou em 7,1% no acumulado de 12 meses até novembro, no último dado divulgado (o número completo para 2022 será conhecido também nos próximos dias).

No primeiro semestre de 2022, porém, a inflação americana chegou a bater a casa dos 9%, a maior inflação em 40 anos.

Por que a inflação dos EUA bateu recorde

A alta ocorreu em meio à crise energética global e alta nos preços de energia e combustíveis com a guerra na Ucrânia, gerando pressão inflacionária pelo lado da oferta. Antes disso, a pandemia da covid-19 e choques na cadeia de suprimentos também impactaram a oferta em alguns bens.

Além disso, no caso dos EUA, o mercado de trabalho aquecido e em cenário de pleno emprego também passou a ser observado com cautela pela via da demanda. Um dos riscos no caso de economias desenvolvidas, como EUA e União Europeia (que também vive inflação recorde) é que os reajustes deste ano, buscando compensar a alta inflação, carreguem para os meses seguintes parte dos aumentos do ano passado.

Neste cenário, bancos centrais pelo mundo tem subido juros, que antes estavam quase zerados.

Nos EUA, o Fed levou a taxa de juros americana a 4,25% e 4,5% – o nível mais alto desde 2007. A última alta ocorreu em dezembro, mas novos aumentos são previstos para este ano, ainda que menores. A atual projeção do Fed é de juros em 5,1% em 2023.

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