Paraguai e novos membros pautarão Cúpula do Mercosul
Os ministros das Relações Exteriores do bloco tentarão oferecer uma saída para o conflito gerado com o governo paraguaio afastado do grupo durante o último ano
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2013 às 15h11.
Montevidéu - Os esforços para restaurar as rachaduras causadas pela suspensão do Paraguai e as possíveis incorporações da Bolívia e do Equador como membros de pleno direito darão o tom da reunião de chanceleres do Mercosul que começa amanhã no Uruguai como passagem prévia à Cúpula presidencial.
Os ministros das Relações Exteriores do bloco analisarão e tentarão oferecer uma saída para o conflito gerado com o governo paraguaio afastado do grupo durante o último ano e a negativa do país de se reintegrar ao Mercosul se a Venezuela chegar à Presidência do Mercosul sem seu sinal verde, como está previsto.
Essa complicada situação política será abordada nesta XLV Reunião do Conselho do Mercado Comum, o que deixará para segundo plano assuntos como a ampliação do bloco à Bolívia e Equador, que deveria avançar sem maiores contratempos, e outros temas de índole comercial e econômico que aparecem muito diluídos na agenda.
As decisões dos chanceleres serão finalmente aprovadas na próxima sexta-feira na Cúpula de chefes de Estado e de governo do bloco, onde a Venezuela assumirá a presidência temporária após o Uruguai.
Sem a presença de representantes paraguaios, os chanceleres do Brasil, da Argentina, do Uruguai e da Venezuela deverão esclarecer qual é o futuro no bloco do país, suspenso após a destituição parlamentar do presidente Fernando Lugo em 2012, entendida como um golpe de Estado pelos outros membros.
Após a eleição democrática de Horacio Cartes como presidente nas últimas eleições paraguaias, que tomará posse no dia 15 de agosto, os impedimentos apresentados para a suspensão do país deveriam ser eliminados.
Agora, no entanto, são os paraguaios que exigem a presidência do bloco em vez da Venezuela, cuja presença no Mercosul não conta com a aprovação obrigatória do Senado paraguaio.
Para Assunção, o Mercosul deveria tomar "uma decisão sensata" nesse sentido e cumprir com o pedido de que a Venezuela não seja sua presidente, para garantir a "dignidade" de seu país, segundo disse seu chanceler, José Félix Fernández Estigarribia.
A resposta dos membros é categórica e os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Antônio Patriota, e do Uruguai, Luis Almagro, ratificaram que a Venezuela assumirá a presidência já que até 15 de agosto, "o Paraguai continua suspenso".
A reincorporação do Paraguai também obrigaria a considerar as relações entre Assunção e Caracas, depois que os primeiros declararam ao atual presidente do país caribenho e então chanceler Nicolás Maduro como persona non grata por "ingerências" em sua política interna durante a destituição cassação de Lugo.
Quanto à incorporação da Bolívia e do Equador a situação é muito menos complicada e esperam-se passos positivos nesse sentido, particularmente no caso boliviano.
Além disso, certamente o caso da retenção do voo do presidente Evo Morales na Europa, na semana passada, fará parte da pauta e espera-se que o bloco demonstre seu apoio ao líder boliviano e sua rejeição às atitudes do Velho Continente.
Assim, os chanceleres do Mercosul seguirão com o desafio de superar seus persistentes conflitos e assimetrias comerciais e avançar no acordo largamente discutido com a União Europeia (UE).
Isso sem contar com a entrada em cena da Aliança do Pacífico, aposta comercial formada pelo Chile, Colômbia, Peru e México que ameaça pôr em risco sua liderança regional e que atrai com força os membros menores do Mercado Comum do Sul, Uruguai e Paraguai, interessados em abrir novos caminhos para seus produtos.
De fato, o Uruguai já transmitiu publicamente sua intenção de não ser apenas observador, mas também "protagonista" na Aliança do Pacífico.
Os chanceleres, além disso, terão como pano de fundo os fortes protestos e a profunda indignação social que veio à tona no Brasil durante as últimas semanas, mostrando as debilidades da maior economia do Mercosul e na autêntica locomotiva econômica da associação.
O ministro Patriota se referiu há semanas ao Mercosul reconhecendo sua importância "estratégica", mas também seu esgotamento como instrumento para a integração sul-americana.
Patriota insistiu que faltam agora avanços em temas não comerciais, onde quase não há espaço "para avançar", como a ciência, a tecnologia, a saúde e a educação.
Nesse sentido, Brasil e Uruguai assinaram nesta semana um acordo bilateral para simplificar os trâmites de mudança de residência de um país para o outro, entendido como um "primeiro passo" para garantir a livre circulação de pessoas entre os dois territórios.
Montevidéu - Os esforços para restaurar as rachaduras causadas pela suspensão do Paraguai e as possíveis incorporações da Bolívia e do Equador como membros de pleno direito darão o tom da reunião de chanceleres do Mercosul que começa amanhã no Uruguai como passagem prévia à Cúpula presidencial.
Os ministros das Relações Exteriores do bloco analisarão e tentarão oferecer uma saída para o conflito gerado com o governo paraguaio afastado do grupo durante o último ano e a negativa do país de se reintegrar ao Mercosul se a Venezuela chegar à Presidência do Mercosul sem seu sinal verde, como está previsto.
Essa complicada situação política será abordada nesta XLV Reunião do Conselho do Mercado Comum, o que deixará para segundo plano assuntos como a ampliação do bloco à Bolívia e Equador, que deveria avançar sem maiores contratempos, e outros temas de índole comercial e econômico que aparecem muito diluídos na agenda.
As decisões dos chanceleres serão finalmente aprovadas na próxima sexta-feira na Cúpula de chefes de Estado e de governo do bloco, onde a Venezuela assumirá a presidência temporária após o Uruguai.
Sem a presença de representantes paraguaios, os chanceleres do Brasil, da Argentina, do Uruguai e da Venezuela deverão esclarecer qual é o futuro no bloco do país, suspenso após a destituição parlamentar do presidente Fernando Lugo em 2012, entendida como um golpe de Estado pelos outros membros.
Após a eleição democrática de Horacio Cartes como presidente nas últimas eleições paraguaias, que tomará posse no dia 15 de agosto, os impedimentos apresentados para a suspensão do país deveriam ser eliminados.
Agora, no entanto, são os paraguaios que exigem a presidência do bloco em vez da Venezuela, cuja presença no Mercosul não conta com a aprovação obrigatória do Senado paraguaio.
Para Assunção, o Mercosul deveria tomar "uma decisão sensata" nesse sentido e cumprir com o pedido de que a Venezuela não seja sua presidente, para garantir a "dignidade" de seu país, segundo disse seu chanceler, José Félix Fernández Estigarribia.
A resposta dos membros é categórica e os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Antônio Patriota, e do Uruguai, Luis Almagro, ratificaram que a Venezuela assumirá a presidência já que até 15 de agosto, "o Paraguai continua suspenso".
A reincorporação do Paraguai também obrigaria a considerar as relações entre Assunção e Caracas, depois que os primeiros declararam ao atual presidente do país caribenho e então chanceler Nicolás Maduro como persona non grata por "ingerências" em sua política interna durante a destituição cassação de Lugo.
Quanto à incorporação da Bolívia e do Equador a situação é muito menos complicada e esperam-se passos positivos nesse sentido, particularmente no caso boliviano.
Além disso, certamente o caso da retenção do voo do presidente Evo Morales na Europa, na semana passada, fará parte da pauta e espera-se que o bloco demonstre seu apoio ao líder boliviano e sua rejeição às atitudes do Velho Continente.
Assim, os chanceleres do Mercosul seguirão com o desafio de superar seus persistentes conflitos e assimetrias comerciais e avançar no acordo largamente discutido com a União Europeia (UE).
Isso sem contar com a entrada em cena da Aliança do Pacífico, aposta comercial formada pelo Chile, Colômbia, Peru e México que ameaça pôr em risco sua liderança regional e que atrai com força os membros menores do Mercado Comum do Sul, Uruguai e Paraguai, interessados em abrir novos caminhos para seus produtos.
De fato, o Uruguai já transmitiu publicamente sua intenção de não ser apenas observador, mas também "protagonista" na Aliança do Pacífico.
Os chanceleres, além disso, terão como pano de fundo os fortes protestos e a profunda indignação social que veio à tona no Brasil durante as últimas semanas, mostrando as debilidades da maior economia do Mercosul e na autêntica locomotiva econômica da associação.
O ministro Patriota se referiu há semanas ao Mercosul reconhecendo sua importância "estratégica", mas também seu esgotamento como instrumento para a integração sul-americana.
Patriota insistiu que faltam agora avanços em temas não comerciais, onde quase não há espaço "para avançar", como a ciência, a tecnologia, a saúde e a educação.
Nesse sentido, Brasil e Uruguai assinaram nesta semana um acordo bilateral para simplificar os trâmites de mudança de residência de um país para o outro, entendido como um "primeiro passo" para garantir a livre circulação de pessoas entre os dois territórios.