Henrique Meirelles: argumento de que a Previdência tem superavit é "falacioso", segundo ministro (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de março de 2017 às 11h31.
São Paulo - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a Reforma da Previdência não é uma questão de decisão, mas de necessidade em função das contas públicas brasileiras.
"A questão não é se a reforma é ou boa ou ruim. A questão fundamental é se a sociedade brasileira pode pagar."
A declaração foi dada durante a abertura do Fóruns Estadão, que trata da reforma da Previdência nesta quinta-feira, 9, na sede do Grupo Estado em São Paulo.
Meirelles ainda disse que o gasto primário do Governo Central passou de 10,8% do PIB em 1991 para cerca de 19% do PIB hoje.
"É uma trajetória crescente e ininterrupta. Todos os presidentes entregaram os gastos primários em porcentual do PIB superior ao do anterior."
O ministro da Fazenda afirmou que a trajetória da dívida é insustentável, como mostra o crescimento constante a cada fim de mandato dos presidentes. Segundo ele, o principal foco de gasto do governo é a Previdência.
Meirelles disse ainda que o argumento de que há superávit na Previdência é falacioso, porque esse julgamento inclui apenas os gastos com aposentadoria, mas, segundo ele, quando se inclui os demais gastos da Previdência Social se passa a um déficit de R$ 180,5 bilhões.
"Existe o argumento de que todas as receitas da Previdência menos as despesas têm resultado superavitário. O argumento é de que não existe o déficit. Existe inclusive uma CPI para isso, mas é um argumento falacioso."