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Para Gustavo Franco, alívio da inflação é temporário

Para o sócio-fundador da Rio Bravo Investimentos, é missão do Banco Central fazer contas e decidir qual a taxa de juros necessária para conter alta de preços

Agência de classificação de risco Moody's: Gustavo Franco afirmou que era esperado rebaixamento da perspectiva dos títulos da dívida do Brasil pela Moody's (Mike Segar/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2013 às 15h21.

Rio - O arrefecimento da inflação é temporário e sazonal, na avaliação do ex-presidente do Branco Central (BC) e sócio-fundador da Rio Bravo Investimentos, Gustavo Franco. "Não é um recuo estrutural da inflação. É cedo para que a política monetária já esteja mostrando seus efeitos", disse a jornalistas nesta quinta-feira, 03.

Para ele, é missão do Banco Central fazer as contas e decidir qual é a taxa de juros necessária para conter a alta de preços, mesmo que afirme que "faz pouca diferença se a taxa for de dois dígitos, ainda que haja simbolismo".

O economista também afirmou que era esperado o rebaixamento da perspectiva dos títulos da dívida do Brasil pela agência de risco Moody's, de positivo para estável. Segundo ele, o movimento de rebaixamento da nota em si talvez seja mais lento. "A decisão de fazer um movimento só na perspectiva é quase um compromisso, um primeiro aviso. Nesse caso em particular, reduzir de positivo para estável é quase uma gentileza."

Na opinião de Franco, o fato de a equipe econômica brasileira mencionar o déficit em conta corrente é indício de que as contas externas preocupam o governo. "Toda vez que alguma autoridade econômica diz que o déficit em conta corrente será confortavelmente financiado pela conta de capitais é que ela está preocupada com o assunto."

Mais cedo, o presidente do BC, Alexandre Tombini, declarou em Londres que o déficit em conta corrente é "confortavelmente financiado" pelo investimento estrangeiro direto. Franco destacou que a forte desvalorização do real interferiu não apenas nas contas externas, mas também gerou repercussão inflacionária.

Apesar disso, defendeu que as autoridades têm responsabilidade de tomar uma decisão sobre o reajuste de preços da gasolina. "O reajuste é urgente, pois a Petrobras vem tendo prejuízos espetaculares com esse adiamento."

Fed

A mudança na política monetária nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central do país) tende a esvaziar as entradas de capital no Brasil nos próximos tempos, mas não deve gerar crise. Para o ex-presidente do BC, quando a redução dos estímulos for anunciada, será um prenúncio de um ambiente externo mais complicado.

"(O Brasil) preparado está. Isso não vai produzir nenhuma crise, apenas vai tornar mais difícil o que já tem sido difícil, que é acelerar o crescimento a taxas além das insatisfatórias de hoje." Ele ressaltou ainda que o "insatisfatório" é uma avaliação inclusive de pessoas do próprio governo.

Franco, que também é presidente do Instituto Millenium, fez palestra no DemoDay, evento da aceleradora 21212 para promover o encontro de startups nacionais e investidores do Brasil e exterior. Na apresentação, criticou a acomodação dos empresários com o financiamento governamental e exaltou a "subversão" dos pequenos empreendedores. "Estamos vivendo um retrocesso com essa ideia de que o Estado é a única fonte para os empresários. O mercado vem sendo solapado por intervenções governamentais das mais diversas."

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Rio - O arrefecimento da inflação é temporário e sazonal, na avaliação do ex-presidente do Branco Central (BC) e sócio-fundador da Rio Bravo Investimentos, Gustavo Franco. "Não é um recuo estrutural da inflação. É cedo para que a política monetária já esteja mostrando seus efeitos", disse a jornalistas nesta quinta-feira, 03.

Para ele, é missão do Banco Central fazer as contas e decidir qual é a taxa de juros necessária para conter a alta de preços, mesmo que afirme que "faz pouca diferença se a taxa for de dois dígitos, ainda que haja simbolismo".

O economista também afirmou que era esperado o rebaixamento da perspectiva dos títulos da dívida do Brasil pela agência de risco Moody's, de positivo para estável. Segundo ele, o movimento de rebaixamento da nota em si talvez seja mais lento. "A decisão de fazer um movimento só na perspectiva é quase um compromisso, um primeiro aviso. Nesse caso em particular, reduzir de positivo para estável é quase uma gentileza."

Na opinião de Franco, o fato de a equipe econômica brasileira mencionar o déficit em conta corrente é indício de que as contas externas preocupam o governo. "Toda vez que alguma autoridade econômica diz que o déficit em conta corrente será confortavelmente financiado pela conta de capitais é que ela está preocupada com o assunto."

Mais cedo, o presidente do BC, Alexandre Tombini, declarou em Londres que o déficit em conta corrente é "confortavelmente financiado" pelo investimento estrangeiro direto. Franco destacou que a forte desvalorização do real interferiu não apenas nas contas externas, mas também gerou repercussão inflacionária.

Apesar disso, defendeu que as autoridades têm responsabilidade de tomar uma decisão sobre o reajuste de preços da gasolina. "O reajuste é urgente, pois a Petrobras vem tendo prejuízos espetaculares com esse adiamento."

Fed

A mudança na política monetária nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central do país) tende a esvaziar as entradas de capital no Brasil nos próximos tempos, mas não deve gerar crise. Para o ex-presidente do BC, quando a redução dos estímulos for anunciada, será um prenúncio de um ambiente externo mais complicado.

"(O Brasil) preparado está. Isso não vai produzir nenhuma crise, apenas vai tornar mais difícil o que já tem sido difícil, que é acelerar o crescimento a taxas além das insatisfatórias de hoje." Ele ressaltou ainda que o "insatisfatório" é uma avaliação inclusive de pessoas do próprio governo.

Franco, que também é presidente do Instituto Millenium, fez palestra no DemoDay, evento da aceleradora 21212 para promover o encontro de startups nacionais e investidores do Brasil e exterior. Na apresentação, criticou a acomodação dos empresários com o financiamento governamental e exaltou a "subversão" dos pequenos empreendedores. "Estamos vivendo um retrocesso com essa ideia de que o Estado é a única fonte para os empresários. O mercado vem sendo solapado por intervenções governamentais das mais diversas."

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