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Para Espanha, nacionalização de TDE prejudica bolivianos

"Decisão tem pouco sentido em um mundo global, e que uma medida populista pode acabar sendo impopular", acredita porta-voz espanhola

Red Electrica da Espanha se mostrou disposta a trabalhar com as autoridades bolivianas para um acordo que compense a desapropriação (Fabio Luiz A. Silva/ Flickr Commons)
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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2012 às 21h08.

Madri - O governo espanhol afirmou nesta sexta-feira que reprova a nacionalização da Transportadora de Eletricidad (TDE), filial da Red Electrica da Espanha na Bolívia , e advertiu que essas medidas acabam prejudicando a segurança jurídica e a confiança e os próprios cidadãos bolivianos.

A vice-presidente e porta-voz do Executivo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría, afirmou que a decisão tomada pelo governo de Evo Morales tem pouco sentido em um mundo global, e que uma medida populista pode acabar sendo impopular.

Ao mesmo tempo, ela destacou que a direção da Red Electrica da Espanha se mostrou disposta a trabalhar com as autoridades bolivianas para um acordo que compense a desapropriação.

''Estaremos muito atentos nesse processo para que seja pago o preço adequado'', acrescentou a vice-presidente na entrevista coletiva posterior à reunião semanal do Conselho de Ministros.

Sáenz de Santamaría afirmou também que os países que respeitam a segurança jurídica devem ser diferenciados daqueles que não respeitam.

Neste contexto, ela convidou a Bolívia e outros países que tomaram decisões semelhantes - em referência à Argentina - a refletir sobre como essas medidas podem afetar o bem-estar de seus cidadãos e a gestão dos serviços públicos essenciais.

''Pensamos que este tipo de decisões se voltam contra os governos que as adotam'', acrescentou a vice-presidente do Executivo espanhol sobre a situação da Bolívia, que desde 2007 realiza operações de desapropriação ou nacionalização que afetam empresas de diferentes estados.


A Bolívia nacionalizou a TDE em busca de sua ''soberania energética'', embora a vontade do país seja chegar a um acordo com a companhia para ''uma contraprestação adequada e justa'', disse Sáenz de Santamaría.

O presidente da Red Electrica da Espanha (REE), José Folgado, viajará na próxima segunda-feira a La Paz para se reunir com o ministro dos Hidrocarbonetos e Energia da Bolívia, Juan Jose Sosa, depois da decisão do governo do país andino de expropriar a Transportadora de Eletricidad, filial da empresa espanhola.

Segundo a empresa, este primeiro contato dos diretores da companhia com representantes do governo boliviano, após o anúncio da nacionalização no dia 1º de maio, servirá para ''iniciar as negociações com o objetivo de alcançar uma compensação adequada e defender os interesses de seus acionistas''.

O governo boliviano confirmou que indenizará a REE após avaliar seus investimentos e passivos na TDE, cuja desapropriação foi justificada com o argumento de que foram feitos investimentos ''insuficientes'' na companhia.

Segundo as contas da TDE em 2011, o patrimônio líquido da companhia chega a 1,15 bilhão de bolivianos (aproximadamente US$ 164 milhões de dólares), enquanto em 2010 era de US$ 150 milhões.

A Red Electrica da Espanha defende ter realizado um ''grande esforço investidor'' no país com US$ 88 milhões: US$ 74 milhões desde 2002 até 2011, dos quais US$ 69 milhões correspondem a projetos da rede transportadora, e US$ 14 milhões a projetos já iniciados.

Esta quantidade, ressalta a empresa, representa quase o valor de compra da TDE, já que a Red Electrica a comprou em 2002 por US$ 91 milhões.

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Madri - O governo espanhol afirmou nesta sexta-feira que reprova a nacionalização da Transportadora de Eletricidad (TDE), filial da Red Electrica da Espanha na Bolívia , e advertiu que essas medidas acabam prejudicando a segurança jurídica e a confiança e os próprios cidadãos bolivianos.

A vice-presidente e porta-voz do Executivo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría, afirmou que a decisão tomada pelo governo de Evo Morales tem pouco sentido em um mundo global, e que uma medida populista pode acabar sendo impopular.

Ao mesmo tempo, ela destacou que a direção da Red Electrica da Espanha se mostrou disposta a trabalhar com as autoridades bolivianas para um acordo que compense a desapropriação.

''Estaremos muito atentos nesse processo para que seja pago o preço adequado'', acrescentou a vice-presidente na entrevista coletiva posterior à reunião semanal do Conselho de Ministros.

Sáenz de Santamaría afirmou também que os países que respeitam a segurança jurídica devem ser diferenciados daqueles que não respeitam.

Neste contexto, ela convidou a Bolívia e outros países que tomaram decisões semelhantes - em referência à Argentina - a refletir sobre como essas medidas podem afetar o bem-estar de seus cidadãos e a gestão dos serviços públicos essenciais.

''Pensamos que este tipo de decisões se voltam contra os governos que as adotam'', acrescentou a vice-presidente do Executivo espanhol sobre a situação da Bolívia, que desde 2007 realiza operações de desapropriação ou nacionalização que afetam empresas de diferentes estados.


A Bolívia nacionalizou a TDE em busca de sua ''soberania energética'', embora a vontade do país seja chegar a um acordo com a companhia para ''uma contraprestação adequada e justa'', disse Sáenz de Santamaría.

O presidente da Red Electrica da Espanha (REE), José Folgado, viajará na próxima segunda-feira a La Paz para se reunir com o ministro dos Hidrocarbonetos e Energia da Bolívia, Juan Jose Sosa, depois da decisão do governo do país andino de expropriar a Transportadora de Eletricidad, filial da empresa espanhola.

Segundo a empresa, este primeiro contato dos diretores da companhia com representantes do governo boliviano, após o anúncio da nacionalização no dia 1º de maio, servirá para ''iniciar as negociações com o objetivo de alcançar uma compensação adequada e defender os interesses de seus acionistas''.

O governo boliviano confirmou que indenizará a REE após avaliar seus investimentos e passivos na TDE, cuja desapropriação foi justificada com o argumento de que foram feitos investimentos ''insuficientes'' na companhia.

Segundo as contas da TDE em 2011, o patrimônio líquido da companhia chega a 1,15 bilhão de bolivianos (aproximadamente US$ 164 milhões de dólares), enquanto em 2010 era de US$ 150 milhões.

A Red Electrica da Espanha defende ter realizado um ''grande esforço investidor'' no país com US$ 88 milhões: US$ 74 milhões desde 2002 até 2011, dos quais US$ 69 milhões correspondem a projetos da rede transportadora, e US$ 14 milhões a projetos já iniciados.

Esta quantidade, ressalta a empresa, representa quase o valor de compra da TDE, já que a Red Electrica a comprou em 2002 por US$ 91 milhões.

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