Economia

Para analistas, Copom não vai alterar Selic

Ata da reunião que se encerra hoje (16/6) pode revelar o que o BC pretende fazer para driblar a pressão que está sofrendo a respeito do iminente não-cumprimento do centro da meta de inflação, diz economista

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h03.

Está difícil encontrar um economista que acredite que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) vai, nesta quarta-feira (16/6), alterar a Selic, a taxa básica da economia brasileira, atualmente em 16% ao ano. Em relatório, a consultoria Global Invest relaciona os últimos registros de índices apurados e de expectativas, para concluir que tanto a trajetória da inflação corrente, em função de fatores sazonais e reajustes de tarifas públicas, quanto da inflação futura para 2004 e para os próximos 12 meses, justificam a manutenção dos juros.

Para Dalton Gardimam, economista-chefe do Banco Credit Lyonnais, o Copom não vai alterar a Selic, "dessa vez por unanimidade". Na reunião de maio, o placar foi de seis votos pela manutenção contra três pela redução de 0,25 ponto percentual. "Vários riscos objetivos e subjetivos se desenvolveram pela lado negativo", afirma. Para o economista, a novidade será a ata, sempre divulgada na semana seguinte ao anúncio da decisão. "O Copom deve esclarecer semana que vem como vai sair do corner [driblar a pressão que está sofrendo]. O centro da meta de 5,5% está ficando difícil, praticamente inatingível, mas ao mesmo tempo ainda é cedo para abandoná-lo. Se não tivesse estoque de credibilidade, o BC não faria nada. Mas com histórico de bom conjunto de decisões, o BC tem o que preservar e se preocupa com isso."

Gardimam acredita que o sistema de metas de inflação pode ser alterado em breve. "O problema é o raciocínio gregoriano de ter a meta atingida em dezembro. Um aperfeiçoamento que deve vir com o tempo é que o horizonte da meta seja o final dos próximos 12 meses", diz Gardimam.

Repasse

Everton Gonçalves, gerente de risco de mercado do Banco BNL do Brasil, acredita que o Copom vai manter a Selic por causa das pressões do câmbio, do petróleo e dos preços no atacado. Segundo Gonçalves "pairavam algumas dúvidas na última reunião que foram totalmente dissipadas. Não há espaço para qualquer redução da meta Selic".

Outro fator que certamente será considerado pelo Copom é lembrado pelo relatório do Global Invest. O texto aponta que a diferença, "ainda muito grande", entre os Índices de Preços ao Consumidor (IPCs) e os Índices Gerais de Preços (IGPs) revela que o aumento de preços das commodities agrícolas e metálicas no mercado internacional não está sendo repassado totalmente ao consumidor.

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