O mexicano Carlos Slim, homem mais rico do mundo: depois do imposto, cada milionário continuaria contando com 3,7 bilhões de dólares (©AFP/Archives / Yuri Cortez)
Da Redação
Publicado em 5 de julho de 2012 às 18h32.
Nova York - A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) propõe a criação de impostos para multimilionários, com o objetivo de destinar estes recursos aos países em desenvolvimento, segundo seu último relatório anual sobre a situação econômica e social.
Este "imposto sobre os milionários", que será aplicado sob a forma de uma taxa anual, faz parte de uma série de medidas promovidas pela agência da ONU, incluindo um imposto sobre as transações financeiras e outro sobre as emissões de CO2, que podem chegar a mais de 400 bilhões de dólares por ano, segundo a instituição.
Segundo o relatório, é vital encontrar novas fontes de financiamento, para ajudar os países pobres a melhorar suas infraestruturas ou seus sistemas de saúde, uma vez que os países ricos não cumpriram suas promessas de ajuda ao desenvolvimento.
A Unctad já havia se manifestado a favor da taxa Tobin sobre as transações financeiras.
Os autores do relatório estimam que, este ano, 1.226 pessoas possuam uma riqueza superior a 1 bilhão de dólares. Há 425 delas nos Estados Unidos, 315 na região Ásia-Pacífico, 310 na Europa, 90 no restante da América e 86 na África e no Oriente Médio. Juntas, elas representam uma fortuna estimada em 4,6 trilhões de dólares.
Os autores do relatório calculam que um imposto de 1% sobre as fortunas dos magnatas poderá gerar 46 bilhões de dólares em 2012, e sugerem que ele seria praticamente imperceptível para os envolvidos.
Segundo os autores, depois do imposto, cada milionário continuaria contando com 3,7 bilhões de dólares. "Gastando 1.000 dólares por dia, um milionário precisaria de mais de 10 mil anos para acabar com sua fortuna", assinala o texto.