Economia

ONU prevê forte desaceleração econômica na América do Sul

ONU revisou para baixo previsões de crescimento para toda América Latina e o Caribe, principalmente por causa da desaceleração na América do Sul


	Bandeiras do Mercosul: ONU alertou para a situação do Brasil, Argentina e Venezuela
 (Norberto Duarte/AFP)

Bandeiras do Mercosul: ONU alertou para a situação do Brasil, Argentina e Venezuela (Norberto Duarte/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2014 às 14h18.

A ONU revisou nesta quarta-feira para baixo suas previsões de crescimento para toda América Latina e o Caribe, principalmente por causa da desaceleração na América do Sul causada pelos problemas no Brasil, Argentina e Venezuela.

O crescimento das economias do México, América Central, Caribe e países sul-americanos como Bolívia, Colômbia e Peru, por outro lado, irá se acelerar, indicaram os analistas do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (DESA).

Os analistas esperam que o Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina e do Caribe avance 2,6% em 2014, um ponto a menos do que o previsto no relatório de janeiro.

O conjunto da região cresceu 2,7% em 2013, segundo dados da ONU, e as previsões para 2014 mostram que há muitas diferenças por áreas e por países.

Enquanto as Nações Unidas acreditam que a economia se acelerará no México e América Central para crescer neste ano 3,3%, contra o índice de 1,6% em 2013, a América do Sul tomará a direção inversa e o ritmo de crescimento diminuirá.

A ONU espera que as economias da região avancem 2,1% neste ano, contra 3,2% do ano passado.

A previsão de crescimento na América do Sul para 2014 é 1,3% menor do que a publicada em janeiro, devido às 'crescentes dificuldades em algumas das maiores economias' da zona.

As Nações Unidas alertaram para a situação do Brasil, Argentina e Venezuela, cujas economias sofrem por fatores tanto externos como domésticos, disse hoje um dos responsáveis do relatório, Pingfan Hong, em entrevista coletiva.


Entre esses fatores estão a redução da demanda global de matérias-primas e a dependência de países como o Brasil da entrada de capitais externos para financiar o déficit por conta corrente.

No Brasil, a ONU prevê um crescimento de 1,7% neste ano e de 2,8% em 2015, respectivamente 1,3% e 1,4% a menos do que os analistas da DESA projetavam em janeiro.

A ONU adverte que as perspectivas de demanda de investimento são poucas no país, que sofre, além disso, com uma crescente pressão para aplicar medidas de consolidação fiscal.

As nuvens negras também espreitam outras economias da zona, segundo os analistas.

'A Argentina está experimentando uma visível desaceleração, com uma queda da confiança dos negócios e pressões inflacionárias, enquanto é provável que a República Bolivariana da Venezuela entre em recessão', indica o relatório.

Do lado positivo, a ONU destaca que países como a Bolívia, Colômbia e Peru mostram um 'caminho de crescimento mais sólido'.

Além disso, espera-se uma aceleração de até 3,6% neste ano do crescimento no Caribe.

No conjunto da América Latina, as Nações Unidas ressaltam a necessidade de reformas para impulsionar os investimentos e a produtividade.

Sobre a inflação, espera que se mantenha estável, com as exceções da Argentina e Venezuela.

O relatório, que analisa a situação e as perspectivas da economia mundial, adverte para riscos em muitos países emergentes, o que levou a ONU a diminuir ligeiramente sua previsão de crescimento global em 2014, até 2,8%.

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