Economia

ONS não identifica causa da queda de energia de fevereiro

De acordo com o relatório, há possibilidades de o "chamuscamento" encontrado em uma das linhas de transmissão não ter relação com o evento


	Cabos de transmissão de energia elétrica: no dia do apagão, interrupção afetou cerca de 900 mil unidades consumidoras somente no Rio de Janeiro
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Cabos de transmissão de energia elétrica: no dia do apagão, interrupção afetou cerca de 900 mil unidades consumidoras somente no Rio de Janeiro (Dado Galdieri/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de março de 2014 às 16h14.

Brasília - O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, disse hoje (12) que o relatório enviado à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre a queda no fornecimento de energia ocorrida em 4 de fevereiro não será conclusivo, no sentido de apontar os motivos da interrupção do serviço que afetou cidades das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte.

“O relatório não identificou nenhuma causa originada por falha de proteção, defeito em equipamento, falha de manutenção. Nada disso. O que temos identificado, em um trabalho feito pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Informação por meio do Inpe [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais], foram descargas atmosféricas na região da linha”, disse Chipp, após participar de audiência pública no Senado.

O diretor-geral explicou, no entanto, que não tem como afirmar que essas descargas tenham sido a causa da queda de energia que, segundo o ONS, atingiu pequena parte do Tocantins, pontos no Acre e em Rondônia, e pontos localizados em cidades do Sudeste, Centro-Oeste e Sul.

“Não se pode afirmar que foi descarga [atmosférica]. Mas também não se pode descartar isso, uma vez que não se tem nenhuma outra causa física identificada”, argumentou.

De acordo com o relatório, há possibilidades de o "chamuscamento" encontrado em uma das linhas de transmissão não ter relação com o evento.

“Houve um chamuscamento de isolador em uma linha [transmissora] da Taesa. Não houve, no entanto, nenhuma indicação na linha da Intesa, que é [outra transmissora] próxima”, disse o diretor do ONS. Além disso, pode ter sido causado por uma descarga anterior.

No dia do apagão, a interrupção afetou cerca de 900 mil unidades consumidoras somente no Rio de Janeiro. Também houve desabastecimento na Grande São Paulo e outras regiões de grande densidade. Na época, o Ministério de Minas e Energia disse que não sabia a causa, mas garantiu que o sistema não estava sob estresse. O ONS também descartou que o alto consumo tivesse provocado o problema.

Acompanhe tudo sobre:AneelApagãoEnergiaEnergia elétricaONSServiços

Mais de Economia

Arcabouço não estabiliza dívida e Brasil precisa ousar para melhorar fiscal, diz Ana Paula Vescovi

Benefícios tributários deveriam ser incluídos na discussão de corte de despesas, diz Felipe Salto

Um marciano perguntaria por que está se falando em crise, diz Joaquim Levy sobre quadro fiscal

Campos Neto: Piora nas previsões de inflação não é culpa de 'malvados da Faria Lima'