Economia

O Brasil está substituindo importações? Sim, diz o BBV

A condução da política econômica nos últimos anos (ajuste fiscal, metas de inflação e câmbio flutuante) parece levar o país a um processo natural de substituição de importações. É o que afirma a última edição do boletim semanal da área de pesquisa e estudos macroeconômicos do BBV. De acordo com os analistas do banco, tal […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h12.

A condução da política econômica nos últimos anos (ajuste fiscal, metas de inflação e câmbio flutuante) parece levar o país a um processo natural de substituição de importações. É o que afirma a última edição do boletim semanal da área de pesquisa e estudos macroeconômicos do BBV.

De acordo com os analistas do banco, tal processo se deve a um realinhamento de preços relativos entre bens domésticos e externos. Dessa forma, essa substituição natural ou voluntária torna os produtos nacionais mais baratos que os importados. E isso leva à substituição. O realinhamento de preços relativos, diz o BBV, pode acontecer tanto devido a variações na taxa de câmbio real, como devido a diferenciais de produtividade entre os países.

Para entender melhor esse processo, o BBV analisou a relação entre a produção física industrial, desagregada por categorias de uso, e as importações, também desagregadas por categorias de uso. A análise revelou um movimento de substituição de importações iniciado no primeiro trimestre do ano passado, que se acentuou nos últimos meses. Se o movimento vai ser duradouro e se atingirá um patamar mais elevado em relação ao atual o que caracterizaria de fato que o país realizou um processo de substituição ainda não é possível saber, afirma o BBV.

Os analistas deixam claro que tal ajuste ocorre de forma natural, sem a necessidade de qualquer forma de substituição forçada de importações. O movimento, diz o BBV, resulta de uma combinação bastante particular de medidas de política econômica que envolvem o ajuste fiscal dos últimos anos, o regime de câmbio flutuante e as metas de inflação estabelecidas pelo governo.

Balança comercial

Entender se está de fato em curso um processo de substituição de importações é importante na hora de fazer projeções sobre o comportamento da balança comercial em diferentes cenários de câmbio e de crescimento econômico. Mudanças estruturais decorrentes do processo de substituição podem não estar incorporadas aos modelos usados nas projeções. Nesses casos, o modelo tem de ser aperfeiçoado.

A partir dessa análise, o BBV apresenta um cenário que considera razoável para o saldo da balança comercial em 2002: com crescimento do PIB entre 2,0% e 2,5%, e taxa de câmbio médio entre R$/US$ 2,40 e R$/US$ 2,50, o banco projeta um superávit comercial de US$ 4,2 bilhões. Se o processo de substituição de importações se confirmar, é possível que modelos e previsões tenham de ser recalibrados e essa é a importância de monitorar a vocação substitutiva de importações da produção brasileira, diz o BBV.

Leia o boletim do BBV na íntegra.

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