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Número de trabalhadores da indústria criativa cresce 90%

Entre 2004 e 2013, a indústria criativa no Brasil cresceu 90% no número de trabalhadores, superando expansão do mercado de trabalho no mesmo período

Indústria: “trabalhadores criativos vêm ganhando espaço", diz representante da Firjan (REUTERS/Nacho Doce)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2014 às 15h52.

Rio de Janeiro -A indústria criativa no Brasil registrou, entre os anos 2004 e 2013, um crescimento de 90% no número de trabalhadores, superando a expansão de 56% observada no mercado de trabalho no mesmo período.

O dado consta do Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil, divulgada hoje (11) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

O gerente de Economia e Estatística do Sistema Firjan, Guilherme Mercês, disse à Agência Brasil que “os trabalhadores criativos vêm ganhando espaço, ano após ano, no mercado de trabalho brasileiro”.

Ele destacou que embora as pessoas, de modo geral, associem esse tipo de profissionais a ambientes ou empresas criativas, como agências de publicidade e produtoras, “a verdade é que um quarto desses trabalhadores, isto é, 221 mil do universo mapeado de 892,5 mil trabalhadores, atuam na indústria de transformação onde, inclusive, têm uma participação superior à do mercado nacional”.

Dentro da indústria de transformação, o economista destacou os profissionais criativos que trabalham em áreas como pesquisa e desenvolvimento (P&D), distribuídos em várias indústrias, principalmente aquelas que necessitam de tecnologia avançada e são intensivas em capital, moda, design, que permeia diferentes indústrias, como a automotiva, e agrega valor ao produto.

Guilherme Mercês lembrou que outra área que passou a incorporar profissionais nos quadros de grandes e médias empresas é a publicidade. “Hoje, você tem um mercado de consumo muito desenvolvido e as grandes empresas estão incorporando a publicidade para impulsionar o seu lado comercial”.

O economista da Firjan considerou que isso representa uma evolução do trabalho da indústria que sinaliza para uma tendência não só no Brasil, mas no mundo todo, que é “abarcar maior valor agregado a partir de trabalhadores criativos dentro da indústria clássica”.

O estudo mostra que os salários da indústria criativa chegam a quase três vezes a média brasileira.

“Enquanto o trabalhador brasileiro médio ganha pouco mais de R$ 2 mil, o trabalhador criativo supera os R$ 5,4 mil mensais. Ou seja, são trabalhadores muito especializados, com exigência de qualificação elevada e isso justifica esses salários mais altos do que os trabalhadores padrão”, disse.

De acordo com o estudo da Firjan, o maior contingente de trabalhadores criativos foi encontrado em São Paulo (349 mil) e no Rio de Janeiro (107 mil). Juntos, os dois estados representam 51,1% dos trabalhadores criativos da indústria brasileira. A participação deles no total do mercado de trabalho de São Paulo e do Rio de Janeiro atinge 2,5% e 2,3%, respectivamente, acima da média nacional (1,8%).

Em consequência, os dois estados concentram também os maiores salários. Guilherme Mercês disse que isso tem a ver com a natureza da indústria criativa.

“Eu diria que a indústria criativa se desenvolve mais, tem maior protuberância nas economias mais desenvolvidas, que já deixaram de ser indústrias tipicamente clássicas e conseguem agregar valor e criatividade”.

Na pesquisa, os segmentos criativos foram divididos em quatro grandes áreas: consumo (arquitetura, publicidade, design, moda); cultura (patrimônio e artes, artes cênicas, música, expressões culturais); mídias (editorial, audiovisual); e tecnologia (biotecnologia, pesquisa e desenvolvimento, tecnologia da informação e comunicação -TIC).

Apesar do avanço registrado no Rio de Janeiro e em São Paulo, o economista sublinhou que ao se olhar para a última década, se constata que houve aumento da indústria criativa em todos os estados.

“Os trabalhadores criativos ganharam espaço em 23 dos 27 estados brasileiros”. E a remuneração acompanhou esse movimento. “A remuneração cresceu 25% nos últimos dez anos, ficando um pouco abaixo da remuneração geral (29,8%), mas é natural em um setor que já recebe muito acima do trabalhador médio”, disse.

O estudo mostrou, ainda, que o setor criativo apresentou crescimento de 69,1% na última década no número de empresas criativas, que somaram 251 mil estabelecimentos, no ano passado.

A estimativa, considerando a massa salarial dessas empresas, é que a indústria brasileira criativa gere um Produto Interno Bruto (PIB) em torno de R$ 126 bilhões, o que corresponde a 2,6% do total produzido no Brasil, em 2013.

Em 2004, esse índice era 2,1%. No espaço de dez anos, o PIB total da indústria criativa cresceu 69,8% em termos reais, salientou Guilherme Mercês. Em igual período, o PIB brasileiro aumentou 36,4%.

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Rio de Janeiro -A indústria criativa no Brasil registrou, entre os anos 2004 e 2013, um crescimento de 90% no número de trabalhadores, superando a expansão de 56% observada no mercado de trabalho no mesmo período.

O dado consta do Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil, divulgada hoje (11) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

O gerente de Economia e Estatística do Sistema Firjan, Guilherme Mercês, disse à Agência Brasil que “os trabalhadores criativos vêm ganhando espaço, ano após ano, no mercado de trabalho brasileiro”.

Ele destacou que embora as pessoas, de modo geral, associem esse tipo de profissionais a ambientes ou empresas criativas, como agências de publicidade e produtoras, “a verdade é que um quarto desses trabalhadores, isto é, 221 mil do universo mapeado de 892,5 mil trabalhadores, atuam na indústria de transformação onde, inclusive, têm uma participação superior à do mercado nacional”.

Dentro da indústria de transformação, o economista destacou os profissionais criativos que trabalham em áreas como pesquisa e desenvolvimento (P&D), distribuídos em várias indústrias, principalmente aquelas que necessitam de tecnologia avançada e são intensivas em capital, moda, design, que permeia diferentes indústrias, como a automotiva, e agrega valor ao produto.

Guilherme Mercês lembrou que outra área que passou a incorporar profissionais nos quadros de grandes e médias empresas é a publicidade. “Hoje, você tem um mercado de consumo muito desenvolvido e as grandes empresas estão incorporando a publicidade para impulsionar o seu lado comercial”.

O economista da Firjan considerou que isso representa uma evolução do trabalho da indústria que sinaliza para uma tendência não só no Brasil, mas no mundo todo, que é “abarcar maior valor agregado a partir de trabalhadores criativos dentro da indústria clássica”.

O estudo mostra que os salários da indústria criativa chegam a quase três vezes a média brasileira.

“Enquanto o trabalhador brasileiro médio ganha pouco mais de R$ 2 mil, o trabalhador criativo supera os R$ 5,4 mil mensais. Ou seja, são trabalhadores muito especializados, com exigência de qualificação elevada e isso justifica esses salários mais altos do que os trabalhadores padrão”, disse.

De acordo com o estudo da Firjan, o maior contingente de trabalhadores criativos foi encontrado em São Paulo (349 mil) e no Rio de Janeiro (107 mil). Juntos, os dois estados representam 51,1% dos trabalhadores criativos da indústria brasileira. A participação deles no total do mercado de trabalho de São Paulo e do Rio de Janeiro atinge 2,5% e 2,3%, respectivamente, acima da média nacional (1,8%).

Em consequência, os dois estados concentram também os maiores salários. Guilherme Mercês disse que isso tem a ver com a natureza da indústria criativa.

“Eu diria que a indústria criativa se desenvolve mais, tem maior protuberância nas economias mais desenvolvidas, que já deixaram de ser indústrias tipicamente clássicas e conseguem agregar valor e criatividade”.

Na pesquisa, os segmentos criativos foram divididos em quatro grandes áreas: consumo (arquitetura, publicidade, design, moda); cultura (patrimônio e artes, artes cênicas, música, expressões culturais); mídias (editorial, audiovisual); e tecnologia (biotecnologia, pesquisa e desenvolvimento, tecnologia da informação e comunicação -TIC).

Apesar do avanço registrado no Rio de Janeiro e em São Paulo, o economista sublinhou que ao se olhar para a última década, se constata que houve aumento da indústria criativa em todos os estados.

“Os trabalhadores criativos ganharam espaço em 23 dos 27 estados brasileiros”. E a remuneração acompanhou esse movimento. “A remuneração cresceu 25% nos últimos dez anos, ficando um pouco abaixo da remuneração geral (29,8%), mas é natural em um setor que já recebe muito acima do trabalhador médio”, disse.

O estudo mostrou, ainda, que o setor criativo apresentou crescimento de 69,1% na última década no número de empresas criativas, que somaram 251 mil estabelecimentos, no ano passado.

A estimativa, considerando a massa salarial dessas empresas, é que a indústria brasileira criativa gere um Produto Interno Bruto (PIB) em torno de R$ 126 bilhões, o que corresponde a 2,6% do total produzido no Brasil, em 2013.

Em 2004, esse índice era 2,1%. No espaço de dez anos, o PIB total da indústria criativa cresceu 69,8% em termos reais, salientou Guilherme Mercês. Em igual período, o PIB brasileiro aumentou 36,4%.

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