Nova safra de laranja de SP deverá crescer de 15% a 25%
Na temporada passada, a produção paulista foi afetada por um clima adverso e por doenças como o fungo conhecido como estrelinha, ficando abaixo de 300 milhões de caixas de 40,8 kg
Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2011 às 13h44.
São Paulo - A safra de laranja do Estado de São Paulo, que produz cerca de 85 por cento da fruta no Brasil, deverá se recuperar na temporada 2011/12, podendo crescer até 25 por cento, o que permitirá uma recomposição de estoques na poderosa indústria exportadora de suco do país após uma colheita reduzida no ano passado, disseram analistas.
Na temporada passada, a produção paulista foi afetada por um clima adverso e por doenças como o fungo conhecido como estrelinha, ficando abaixo de 300 milhões de caixas de 40,8 kg.
Mas o tempo tem sido favorável para desenvolvimento da laranja que começa a ser processada pela indústria em maio, de acordo com três especialistas ouvidos pela Reuters, e a produção poderá ficar em torno de 350 milhões de caixas.
"Deu uma condição de estresse (hídrico) legal (no ano passado, favorecendo a florada). Não foi um exagero (a seca). Depois, quando começou a chover, foi bem, e deu uma temperatura adequada", afirmou José Eduardo M. Teófilo, presidente do Gconci, um grupo de 17 consultores de cítrus que atua em São Paulo.
"Então, tem região que o pé de laranja parece pé de jabuticaba, de tanta laranja, o clima foi muito favorável", acrescentou ele, que comanda um grupo cujos especialistas trabalham com produtores de uma área equivalente a quase 25 por cento do total cultivado em São Paulo.
O governo de São Paulo, em parceria com o Ministério da Agricultura, deverá divulgar na próxima semana a sua primeira previsão que considera os efeitos da florada de fevereiro. A indústria, representada pela CitrusBR, também promete sua primeira estimativa para a próxima semana.
O Brasil é o maior exportador de suco de laranja industrializado do mundo, com mais de 80 por cento das vendas externas globais e uma indústria que fatura cerca de 2 bilhões de dólares por ano.
"A safra vai girar na faixa de 350 a 360 (milhões de caixas)...", destacou Teófilo.
Para o presidente-executivo da Informa Economics FNP Mauricio Mendes, também integrante do Gconci, a safra passada estimada em aproximadamente 280 milhões de caixas ficou bem abaixo do potencial dos pomares paulistas.
"Agora devemos ter uma safra acima de 340, 350 milhões de caixas", disse Mendes, lembrando que a temporada retrasada também fechou com colheita abaixo de 300 milhões de caixas.
O executivo da FNP avaliou ainda que, diante de uma safra maior, a indústria exportadora poderá recompor os seus estoques. "Os estoques caíram bem, mesmo que o consumo externo não tenha sido tão grande..." Apesar de contar com uma produção maior, a indústria terá que enfrentar o crescente consumo interno de fruta no Brasil --tradicionalmente os brasileiros consomem pouco o suco produzido por sua indústria--, diante da melhora da renda da população.
Outra preocupação, disse o presidente do grupo consultor Gtacc, Leandro Fukuda, é com a intensidade da seca, que tradicionalmente ocorre no período de inverno.
"As frutas tardias ainda vão passar por um processo longo de desenvolvimento, vão ser colhidas em outubro, novembro, então elas ainda vão passar pelo período de estresse da seca, que não sabemos se vai ser curta, se vai ser longa. Então ainda pode ter perda para ocorrer até o final da safra", alertou ele, que, por ora, concorda com seus colegas sobre a perspectiva favorável para a safra.
São Paulo - A safra de laranja do Estado de São Paulo, que produz cerca de 85 por cento da fruta no Brasil, deverá se recuperar na temporada 2011/12, podendo crescer até 25 por cento, o que permitirá uma recomposição de estoques na poderosa indústria exportadora de suco do país após uma colheita reduzida no ano passado, disseram analistas.
Na temporada passada, a produção paulista foi afetada por um clima adverso e por doenças como o fungo conhecido como estrelinha, ficando abaixo de 300 milhões de caixas de 40,8 kg.
Mas o tempo tem sido favorável para desenvolvimento da laranja que começa a ser processada pela indústria em maio, de acordo com três especialistas ouvidos pela Reuters, e a produção poderá ficar em torno de 350 milhões de caixas.
"Deu uma condição de estresse (hídrico) legal (no ano passado, favorecendo a florada). Não foi um exagero (a seca). Depois, quando começou a chover, foi bem, e deu uma temperatura adequada", afirmou José Eduardo M. Teófilo, presidente do Gconci, um grupo de 17 consultores de cítrus que atua em São Paulo.
"Então, tem região que o pé de laranja parece pé de jabuticaba, de tanta laranja, o clima foi muito favorável", acrescentou ele, que comanda um grupo cujos especialistas trabalham com produtores de uma área equivalente a quase 25 por cento do total cultivado em São Paulo.
O governo de São Paulo, em parceria com o Ministério da Agricultura, deverá divulgar na próxima semana a sua primeira previsão que considera os efeitos da florada de fevereiro. A indústria, representada pela CitrusBR, também promete sua primeira estimativa para a próxima semana.
O Brasil é o maior exportador de suco de laranja industrializado do mundo, com mais de 80 por cento das vendas externas globais e uma indústria que fatura cerca de 2 bilhões de dólares por ano.
"A safra vai girar na faixa de 350 a 360 (milhões de caixas)...", destacou Teófilo.
Para o presidente-executivo da Informa Economics FNP Mauricio Mendes, também integrante do Gconci, a safra passada estimada em aproximadamente 280 milhões de caixas ficou bem abaixo do potencial dos pomares paulistas.
"Agora devemos ter uma safra acima de 340, 350 milhões de caixas", disse Mendes, lembrando que a temporada retrasada também fechou com colheita abaixo de 300 milhões de caixas.
O executivo da FNP avaliou ainda que, diante de uma safra maior, a indústria exportadora poderá recompor os seus estoques. "Os estoques caíram bem, mesmo que o consumo externo não tenha sido tão grande..." Apesar de contar com uma produção maior, a indústria terá que enfrentar o crescente consumo interno de fruta no Brasil --tradicionalmente os brasileiros consomem pouco o suco produzido por sua indústria--, diante da melhora da renda da população.
Outra preocupação, disse o presidente do grupo consultor Gtacc, Leandro Fukuda, é com a intensidade da seca, que tradicionalmente ocorre no período de inverno.
"As frutas tardias ainda vão passar por um processo longo de desenvolvimento, vão ser colhidas em outubro, novembro, então elas ainda vão passar pelo período de estresse da seca, que não sabemos se vai ser curta, se vai ser longa. Então ainda pode ter perda para ocorrer até o final da safra", alertou ele, que, por ora, concorda com seus colegas sobre a perspectiva favorável para a safra.