Economia

Consumo cai pela primeira vez em 20 meses

Os dados foram divulgados hoje (10) pela Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), que coordena o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC)


	Mulher conta dinheiro: vendas a prazo tiveram retração de 0,62% frente a agosto de 2012, o primeiro recuo registrado em 20 meses
 (Dado Galdieri / Bloomberg)

Mulher conta dinheiro: vendas a prazo tiveram retração de 0,62% frente a agosto de 2012, o primeiro recuo registrado em 20 meses (Dado Galdieri / Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2013 às 18h12.

Brasília – A inadimplência do consumidor no comércio cresceu 0,72% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado. É o primeiro aumento após quatro meses de queda. Em relação a julho deste ano, houve alta de 1,34% no calote.

As vendas a prazo tiveram retração de 0,62% frente a agosto de 2012, o primeiro recuo registrado em 20 meses. Na comparação com julho, subiram 0,80%.

Os dados foram divulgados hoje (10) pela Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), que coordena o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).

De acordo com o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Jr., o endividamento está contribuindo para o consumidor colocar o pé no freio. Pellizzaro informou que a entidade voltou a revisar a estimativa de crescimento das vendas do varejo para 2013.

A previsão inicial, de 6%, foi ajustada para 4,5% há dois meses e agora está em 4%. Para a CNDL, a inadimplência terá novas altas nos próximos meses e só apresentará recuo próximo às festas de final de ano.

“Os indicadores estão confirmando o que vínhamos observando desde o início do ano e agora se concretiza. Nosso indicador mede a venda com utilização do crédito. O crédito, como fomentador, vem perdendo força. É muito fruto do comprometimento do orçamento”, disse Pellizzaro. Segundo ele, o cenário não é considerado de todo ruim. “[O cuidado do consumidor em não fazer novas dívidas] vai permitir que, no futuro, a sustentação do crescimento seja em base firme." Para ele, haveria problema se a liberação de crédito fosse feita de forma pouco criteriosa.

A CNDL preocupa-se, no entanto, com o desempenho de fatores como juros, renda e emprego. De acordo com Pellizzaro, além do receio do consumidor em contrair mais débitos, a elevação pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central da taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual, para 9%, é outro fator que restringirá as compras a crédito. “Tudo está indicando que [a elevação dos juros] vai continuar. Deve impactar o fim do ano”, avaliou.

Para Roque Pellizzaro, o aumento do salário mínimo, que no próximo ano deve ficar em R$ 722,90, foi modesto. A CNDL acompanha com atenção, ainda, os resultados do Cadastro Geral de Empregados e e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. “A coluna emprego é pilar para manutenção de vendas. Se o Caged vier mais uma vez ruim, mostrará uma tendência”, opinou Pellizzaro.

Acompanhe tudo sobre:ConsumidoresConsumoInadimplênciaVendas

Mais de Economia

Moody’s eleva nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1 e mantém perspectiva positiva

Comércio paulista cresce 14,3% nos primeiros oito meses de 2024

Lista de ‘bets’ regulares está passando por análise criteriosa, diz secretário

Congresso tem de votar lei que indenize passageiro por atraso ou cancelamentos de voo, diz executivo