Nível de emprego cai 1,01% em maio ante abril, diz Fiesp
Em números absolutos, a indústria paulista teve um saldo de 12.500 demissões em maio ante abril
Da Redação
Publicado em 18 de junho de 2014 às 15h46.
São Paulo - O nível de emprego da indústria paulista caiu 1,01% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira, 18, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo ( Fiesp ).
Na mesma base de comparação, na série sem ajuste sazonal, o Índice de Nível de Emprego caiu 0,48%.
Em números absolutos, a indústria paulista teve um saldo de 12.500 demissões em maio ante abril.
O saldo é a maior queda para o mês desde 2006, quando o levantamento começou a ser feito, afirmou o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini.
Ao comparar maio de 2014 com o mesmo mês do ano passado, o nível de emprego caiu 3,20%.
Na comparação com maio de 2013, a entidade registrou 85,5 mil demissões no mês passado.
Dos 22 setores nos quais a Fiesp divide a indústria no estado, 5 contrataram, 14 demitiram e 3 permaneceram estáveis em maio.
De acordo com a pesquisa, no acumulado do ano o emprego industrial subiu 0,63%, o equivalente a criação de 16 mil vagas.
"Ainda assim, esse é o pior resultado para o período, com exceção de 2009", disse.
O desempenho de maio surpreendeu negativamente Francini.
"Maio foi particularmente ruim, na verdade o acumulado até maio também é fraquíssimo, mas o mês foi muito além da nossa expectativa", afirmou, em nota.
De acordo com as estimativas da entidade, no período de 2009 a 2014, a indústria perdeu 130 mil vagas.
"Somente este ano, a previsão do Depecon é de que o setor manufatureiro paulista feche 40 mil postos de trabalho", disse.
Para Francini, o momento atual é de alerta e faz com que as estimativas para o desempenho da atividade industrial sejam revisadas.
"A projeção do Depecon para o emprego industrial em São Paulo gravita em torno de uma variação negativa de 1,5%", afirmou.
Copa e eleições
O diretor diz não acreditar ainda em efeitos da Copa do Mundo sobre a economia brasileira. Segundo ele, o que realmente trará clareza ao cenário econômico é o resultado das eleições presidenciais.
"Nunca me comoveram muito as indagações do que a Copa representaria para a economia, seja para o lado do bem, seja para o lado mal. Mas a eleição vai trazer uma clareza quanto a essa perspectiva para o futuro para agrado ou desagrado de uns e de outros", disse.
"Em 2014 não vai acontecer nada de regenerativo para indústria, o que vai acontecer é essa coisa morna de uma atividade econômica fraca."