Economia

Na OMC, Brasil quer fim de subsídios e pretende negociar em bloco

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que pretender alinhar os interesses com a África do Sul, China e Rússia, a fim de formar um grupo forte nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC). Durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Social e Econômico, Lula ressaltou a necessidade de desenvolver a vocação expansionista do […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h45.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que pretender alinhar os interesses com a África do Sul, China e Rússia, a fim de formar um grupo forte nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC). Durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Social e Econômico, Lula ressaltou a necessidade de desenvolver a vocação expansionista do país ao lado dos empresários e governos da Argentina, Uruguai, Paraguai, Peru, Venezuela e Colômbia.

Lula também lembrou que está consolidando as relações com a América do Sul, e que pretende visitar a África e os Países Árabes. "Temos de ir lá e convencê-los da importância do nosso mercado. A experiência de negociação nos leva a atender, e ninguém respeita subalterno. É como um trabalhador que vai abrir conta em um banco: a instituição é que precisa oferecer segurança para ele na negociação", afirmou.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o Brasil vai defender, na Quinta Reunião Ministerial da OMC, em Cancun (México), que começa na quarta-feira (10/9), a eliminação total de todas as formas de subsídios às exportações agrícolas, em especial a dos Estados Unidos e União Européia, maiores concorrentes aos produtos brasileiros, negociando em contrapartida alargar os prazos para conseguir esse objetivo.

O chanceler brasileiro disse que esse tipo de subsídio representa um malefício para os interesses brasileiros no setor. Celso Amorim fez essas afirmações durante audiência pública promovida pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, onde informou aos parlamentares sobre propostas a serem apresentadas no encontro da OMC.

Ele afirmou que o interesse maior da reunião de Cancun é a questão agrícola, embora o Brasil esteja preparado para ampliar as discussões e negociações em outros setores, como na área industrial. Espera que os assuntos que serão discutidos e negociados em Cancun estejam devidamente decididos até o final de 2004 ou início de 2005.

O ministro disse ainda que o interesse brasileiro sobre a negociação na área de agricultura se explica porque o país tem o maior superávit agrícola do mundo, embora os Estados Unidos sejam o maior produtor do setor. Ele afirmou que o Brasil não vai para a rodada de negociações numa posição ingênua, mas considera que até mesmo pela defesa dos seus interesses pode haver momentos em que os Estados Unidos poderão se unir aos países-membro do G-20 (vinte países em desenvolvimento, inclusive Brasil, com interesse especial nas negociações agrícolas) desde que isso represente obrigar a União Européia a abrir seus mercados, por exemplo.

A maior preocupação brasileira, na reunião da OMC, segundo Amorim, é de enfrentar as posições americanas e européias, porque esses dois mercados, além dos seus volumes de produção agrícolas, praticam muitos subsídios à exportação. O Brasil vai defender um ponto de equilíbrio que seja o mais liberalizante possível.

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