Demanda da indústria é a mais fraca desde 1999
De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, atividade neste início de ano é pequena, mas empresas esperam retomada nos próximos meses
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h18.
A indústria iniciou o ano com a demanda mais baixa desde 1999, de acordo com a última sondagem industrial da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgada nesta terça-feira (31/1). Das 914 empresas consultadas, 8% declararam que a procura por seus produtos em janeiro foi forte, contra 23% que afirmaram o contrário. A diferença (15 pontos percentuais negativos) é o pior resultado desde janeiro de 1999, quando foi de 36 pontos.
Segundo a FGV, o desânimo da indústria no primeiro mês do ano reflete a desaceleração da economia em 2005. No segundo semestre, por exemplo, a taxa de crescimento da indústria de transformação quase zerou. Os juros altos, o real valorizado e a produção em queda aumentaram a insatisfação das empresas.
Sem demanda no curto prazo, os entrevistados descartaram expansões imediatas de produção. As poucas encomendas foram apontadas por 28% dos participantes como a principal limitação para ampliar o ritmo de produção. Trata-se da maior proporção de respostas desde outubro de 2003, quando chegou a 40%.
Apesar do desempenho desanimador dos últimos meses, o nível de utilização da capacidade instalada manteve-se relativamente estável em relação à pesquisa anterior: 84,5%, contra 84,3% em outubro (com ajustes sazonais).
As perspectivas para os próximos seis meses, porém, são mais favoráveis. Metade dos entrevistados acredita que a situação irá melhorar nesse período, contra 9% que apostam em deterioração do cenário. Em janeiro de 2005, essas taxas eram de 60% e 4%, respectivamente. O saldo das respostas (41 pontos percentuais) é o menor para esta época do ano desde janeiro de 2003 quando ficou em 35 pontos. Apesar disso, a taxa foi maior que a média histórica, também de 35 pontos.