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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h39.
O Comitê de Política Monetária (Copom) efetuará novos cortes na taxa básica de juros (Selic), caso as projeções de inflação para 2005 e 2006 continuem caindo. Na semana passada, a autoridade monetária cortou em 0,25 ponto percentual a Selic, que baixou para 19,5% ao ano. Trata-se da primeira queda desde abril de 2004, quando os juros haviam recuado de 16,25% para 16%.
Segundo a ata da última reunião, divulgada nesta quinta-feira (22/9), as projeções realizadas pelo Banco Central (BC), com uma taxa de 19,75% e câmbio de 2,35 reais por dólar, ficaram abaixo da meta de inflação de 5,1% deste ano e dos 4,5% previstos para 2006. O documento atribui a melhoria das expectativas à queda da inflação em agosto, considerada uma "surpresa positiva", e ao recuo da produção industrial em julho. Outro elemento que favoreceu as estimativas foi a redução da inflação de preços administrados e monitorados para 2006, de 5,7% para 5,3%.
O BC também considerou positivo o reajuste dos combustíveis, já que isto reduziu a incerteza sobre como esse item um importante componente dos índices de inflação se comportaria neste ano. A ata estima que o impacto do reajuste será de 0,32 percentual sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, que baliza a meta de inflação do governo), dividido entre setembro e outubro.
Cenário favorável
Apesar do reajuste dos combustíveis, a evolução dos preços tem uma trajetória favorável, segundo o BC. O núcleo de inflação (que exclui variações excessivas para mais ou para menos), apurado por vários métodos, recuou no trimestre encerrado em agosto, em relação ao trimestre findo em maio. Já o índice de difusão que indica a quantidade de produtos que tiveram seus preços reajustados recuou de 53,7% para 48,4% entre julho e agosto.
O Copom atribui a queda da inflação à sua "atuação cautelosa" e afirma que a possibilidade de novos cortes aumentará à medida em que as projeções continuem dentro do esperado (se você é assinante, leia ainda reportagem de EXAME sobre como o BC quer acabar com a inflação a qualquer custo). "Dessa forma, a flexibilização da política monetária não comprometerá as importantes conquistas dos últimos meses no combate à inflação e na preservação do crescimento econômico com geração de empregos", diz a ata.