Meta de inflação: CMN deve decidir por objetivo contínuo e reforçar queda de juro em agosto
Tendência é que o colegiado fixe a meta em 3%, sem prazo. Atualmente, Banco central tem 12 meses para cumprir objetivo
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 28 de junho de 2023 às 12h01.
Última atualização em 29 de junho de 2023 às 06h45.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne nesta quinta-feira, 29, para debater a meta de inflação de 2026 e reavaliar os objetivos de 2024 e 2025. A tendência, segundo técnicos da equipe econômica ouvidos pela EXAME, é de que o colegiado fixe um objetivo contínuo de 3% para todos os anos, sem prazo definido para atingi-lo. Atualmente, o Banco Central (BC) persegue metas anuais, o que força a autoridade a definir juros mais altos para cumprir o objetivo dentro do prazo. Com mais tempo para atingir a meta, o BC poderia projetar a redução da inflação em horizontes mais largos. Para essa reunião, discute-se fixar esse período maior, de 18 meses, 24 meses, ou sem prazo definido.
Na prática,essa mudança reduz a dose do remédio amargo – a alta da Selic – para controlar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e pode consolidar as apostas de queda de juros em agosto.
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O regime de metas para inflação foi definido por um decreto presencial, em junho de 1999. O CMN, composto pelos ministros da Fazenda, do Planejamento e pelo presidente do BC, deve debater a nova regra e apresentar ao presidente a minuta de um novo decreto, com fixação de um objetivo contínuo. Pela norma vigente no país, a proposta para uma nova meta parte do Ministério da Fazenda.
Redução de juros
A decisão do CMN e a edição do decreto presidencial tem potencial para acabar com as especulações sobre mudanças de metas e ancorar as expectativas futuras de inflação. A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) pontuou essas duas questões como essenciais para o início da queda de juros.
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A ata da última reunião do Copom, que manteve a Selic inalterada em13,75% ao ano, mostrou que os diretores do BC divergiram como sobre deveriam sinalizar os próximos passados. A avaliação da maioria foi de que a continuidade do processo de desinflação e os impactos sobre as expectativas podem permitir uma queda de 0,25 ponto percentual no próximo encontro, em agosto.
O governo já definiu o que deseja do BC em agosto: um corte de juros de pelo menos 0,5 ponto percentual, para 13,25% ao ano, confidenciaram à EXAME integrantes do Executivo. E a pressão para que isso ocorra partirá de ministros da equipe econômica, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice, Geraldo Alckmin.