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Mercados emergentes e Síria devem atrair atenções do G20

"A maior preocupação vai ser a desaceleração do crescimento", disse Ksenia Tudaeva, chefe da organização russa da cúpula

BRICs: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul chegam para a reunião com seus PIBs em desaceleração e com a maioria das moedas nacionais enfraquecida (REUTERS/Rogan Ward)
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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2013 às 15h01.

São Paulo - Os principais países emergentes, considerados por muito tempo os novos tigres da economia mundial, parecem monopolizar as atenções do G20 , juntamente com a Síria, na cúpula que será realizada na cidade russa de São Petersburgo nos dias 5 e 6 de setembro.

Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que integram o chamado grupo BRICS, que já chegou a ser visto como uma alternativa às potências econômicas, chegam para a reunião com seus PIBs em desaceleração e com a maioria das moedas nacionais enfraquecida.

Apesar de, sem dúvida, a disputa entre a Rússia e o Ocidente em relação à Síria ser o foco da cúpula em São Petersburgo, as discrepâncias entre os mercados emergentes e os Estados Unidos por causa do fim da política monetária americana de estímulos será outro ponto de atrito do encontro.

"A maior preocupação vai ser a desaceleração do crescimento. Em quase todos os países em desenvolvimento, o crescimento desacelerou e precisamos analisar as fontes de crescimento a longo prazo", declarou Ksenia Tudaeva, chefe da organização russa da cúpula.

Os BRICS estão preocupados com os planos do Federal Reserve (Fed) que inunda há anos o sistema financeiro com ativos líquidos para manter as taxas de juros em nível baixo e sustentar a atividade econômica.

Mas com a retomada do crescimento econômico americano, o Fed se prepara para reduzir seu estímulo.

Essa política monetária ajudou os investidores a procurar mercados emergentes em busca de retornos mais elevados. Mas, agora, o risco é que essa liquidez se reduza e as moedas do BRICS desvalorizem drasticamente.

"Uma das maiores preocupações de alguns países" é a mudança na política monetária do Fed, reconhece Yudaeva.

Danos Colaterais

A maioria dos países viu com bons olhos a política de estímulos quando o banco central americano a introduziu, mas agora há muito menos consenso sobre o seu desaparecimento.


Chris Weafer, co-fundador da empresa de consultoria Macro Assessoria, com sede em Moscou, disse que há uma clara divisão entre os mercados emergentes e Banco Central Europeu e Fed sobre como lidar com a redução do estímulo americano sem causar muitos danos.

"Os líderes de mercados emergentes pediram que o Fed considere os danos colaterais quando começar a desmantelar o programa..., tanto quanto os seus interesses internos", indicou.

"A Síria divide, mas o programa de estímulos provavelmente divide mais ainda", acredita.

Enquanto prossegue a incerteza sobre a eventual intervenção dos Estados Unidos na Síria, os mercados emergentes também podem ser afetados pelo êxodo de investidores para investimentos mais seguros.

O presidente russo, Vladimir Putin, quer mostrar que a Rússia é uma economia dinâmica e atraente para os investidores na cúpula que acontecerá perto do palácio imperial, nos arredores de sua cidade natal.

Mas, embora a Rússia possua um dos índices mais baixos de endividamento entre as principais economias, seu baixo crescimento mais uma vez mostrou o fracasso de Putin em atrair investimentos, reduzir a sua dependência das exportações de energia e tentar conter a fuga de capitais.

No segundo trimestre, a economia russa cresceu 1,2%, e alguns analistas chegaram a alertar que o país pode estar em recessão técnica. O governo revisou para baixo sua previsão anual de crescimento de 2,4% para 1,8%.

Mas os problemas mais urgentes estão na Índia, onde a rúpia perdeu um quinto de seu valor em relação ao dólar desde o início de 2013.

A economia tem registrado as taxas mais baixas de crescimento em uma década, com um crescimento do PIB no primeiro trimestre de 4,4%, o menor desde 2009.

O Brasil, abalado pelos recentes protestos contra o alto custo dos transportes e a corrupção, às vésperas da Copa do Mundo de 2014, viu o real se desvalorizar, chegando aos níveis mais baixos desde dezembro de 2008.


As taxas de crescimento da China ainda são altas se comparadas com as das economias ocidentais, mas registraram uma desaceleração significativa. A economia cresceu 7,5% no segundo trimestre, em comparação com 7,7% no primeiro.

Estabilização da zona do euro

A preocupação com os mercados emergentes está longe de gerar a ansiedade que provocou há um ano a economia na zona do euro, que parece ter começado a se estabilizar.

"O desenvolvimento positivo desde o ano passado mostra a estabilização da situação na zona do euro", declarou Yudaeva à imprensa

Outra questão-chave da economia do G20 que deve gerar poucos atritos: a proposta da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de introduzir novas regras para evitar a evasão fiscal por grandes empresas e ajudar os orçamentos governamentais.

Os líderes esperam aprovar a proposta, mas talvez sejam necessárias mais discussões durante a cúpula, segundo Yudaeva.

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São Paulo - Os principais países emergentes, considerados por muito tempo os novos tigres da economia mundial, parecem monopolizar as atenções do G20 , juntamente com a Síria, na cúpula que será realizada na cidade russa de São Petersburgo nos dias 5 e 6 de setembro.

Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que integram o chamado grupo BRICS, que já chegou a ser visto como uma alternativa às potências econômicas, chegam para a reunião com seus PIBs em desaceleração e com a maioria das moedas nacionais enfraquecida.

Apesar de, sem dúvida, a disputa entre a Rússia e o Ocidente em relação à Síria ser o foco da cúpula em São Petersburgo, as discrepâncias entre os mercados emergentes e os Estados Unidos por causa do fim da política monetária americana de estímulos será outro ponto de atrito do encontro.

"A maior preocupação vai ser a desaceleração do crescimento. Em quase todos os países em desenvolvimento, o crescimento desacelerou e precisamos analisar as fontes de crescimento a longo prazo", declarou Ksenia Tudaeva, chefe da organização russa da cúpula.

Os BRICS estão preocupados com os planos do Federal Reserve (Fed) que inunda há anos o sistema financeiro com ativos líquidos para manter as taxas de juros em nível baixo e sustentar a atividade econômica.

Mas com a retomada do crescimento econômico americano, o Fed se prepara para reduzir seu estímulo.

Essa política monetária ajudou os investidores a procurar mercados emergentes em busca de retornos mais elevados. Mas, agora, o risco é que essa liquidez se reduza e as moedas do BRICS desvalorizem drasticamente.

"Uma das maiores preocupações de alguns países" é a mudança na política monetária do Fed, reconhece Yudaeva.

Danos Colaterais

A maioria dos países viu com bons olhos a política de estímulos quando o banco central americano a introduziu, mas agora há muito menos consenso sobre o seu desaparecimento.


Chris Weafer, co-fundador da empresa de consultoria Macro Assessoria, com sede em Moscou, disse que há uma clara divisão entre os mercados emergentes e Banco Central Europeu e Fed sobre como lidar com a redução do estímulo americano sem causar muitos danos.

"Os líderes de mercados emergentes pediram que o Fed considere os danos colaterais quando começar a desmantelar o programa..., tanto quanto os seus interesses internos", indicou.

"A Síria divide, mas o programa de estímulos provavelmente divide mais ainda", acredita.

Enquanto prossegue a incerteza sobre a eventual intervenção dos Estados Unidos na Síria, os mercados emergentes também podem ser afetados pelo êxodo de investidores para investimentos mais seguros.

O presidente russo, Vladimir Putin, quer mostrar que a Rússia é uma economia dinâmica e atraente para os investidores na cúpula que acontecerá perto do palácio imperial, nos arredores de sua cidade natal.

Mas, embora a Rússia possua um dos índices mais baixos de endividamento entre as principais economias, seu baixo crescimento mais uma vez mostrou o fracasso de Putin em atrair investimentos, reduzir a sua dependência das exportações de energia e tentar conter a fuga de capitais.

No segundo trimestre, a economia russa cresceu 1,2%, e alguns analistas chegaram a alertar que o país pode estar em recessão técnica. O governo revisou para baixo sua previsão anual de crescimento de 2,4% para 1,8%.

Mas os problemas mais urgentes estão na Índia, onde a rúpia perdeu um quinto de seu valor em relação ao dólar desde o início de 2013.

A economia tem registrado as taxas mais baixas de crescimento em uma década, com um crescimento do PIB no primeiro trimestre de 4,4%, o menor desde 2009.

O Brasil, abalado pelos recentes protestos contra o alto custo dos transportes e a corrupção, às vésperas da Copa do Mundo de 2014, viu o real se desvalorizar, chegando aos níveis mais baixos desde dezembro de 2008.


As taxas de crescimento da China ainda são altas se comparadas com as das economias ocidentais, mas registraram uma desaceleração significativa. A economia cresceu 7,5% no segundo trimestre, em comparação com 7,7% no primeiro.

Estabilização da zona do euro

A preocupação com os mercados emergentes está longe de gerar a ansiedade que provocou há um ano a economia na zona do euro, que parece ter começado a se estabilizar.

"O desenvolvimento positivo desde o ano passado mostra a estabilização da situação na zona do euro", declarou Yudaeva à imprensa

Outra questão-chave da economia do G20 que deve gerar poucos atritos: a proposta da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de introduzir novas regras para evitar a evasão fiscal por grandes empresas e ajudar os orçamentos governamentais.

Os líderes esperam aprovar a proposta, mas talvez sejam necessárias mais discussões durante a cúpula, segundo Yudaeva.

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