Economia

Meirelles diz que endividamento das empresas está caindo

Durante conferência, o ministro declarou que as empresas não estão investindo em produção e crescimento, mas passaram a priorizar o pagamento de dívidas

Meirelles: em relação ao endividamento das famílias, a trajetória de queda é a mesma, mas mais lenta, disse o ministro (Ruben Sprich/Reuters)

Meirelles: em relação ao endividamento das famílias, a trajetória de queda é a mesma, mas mais lenta, disse o ministro (Ruben Sprich/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de março de 2017 às 16h24.

Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta terça-feira, 21, que o endividamento das empresas está caindo e o nível de alavancagem retomou o nível de 2007.

Segundo ele, após um período constante de crescimento da dívida, cujo pico foi atingido no segundo trimestre de 2016, as companhias passaram a dar prioridade para o pagamento de dívidas.

"Elas não estão investindo em produção, crescimento ou investimento. A boa notícia é que retomamos o nível de 2007, e isso significa que ainda estamos construindo condições para a retomada de investimentos", afirmou, ao participar da conferência organizada pelo Council of The Americas.

Segundo ele, o processo de desalavancagem continua e deve dar condições para que as empresas voltem a investir.

Em relação ao endividamento das famílias, a trajetória de queda é a mesma, mas mais lenta, disse o ministro.

Meirelles disse que o crescimento econômico está voltando.

"A indústria já mostra sinais positivos de crescimento, e o emprego, que tende a ter defasagem, também está retomando", afirmou.

O ministro disse que isso é resultado das reformas que o País está adotando, como a criação do teto de gastos e a proposta para a Previdência, mas ainda é preciso aprovar medidas que ajudem a fazer o País crescer a taxas mais elevadas, como nas áreas trabalhista e tributária.

Meirelles disse que o País está empenhado numa agenda de microrreformas para produzir mais e melhor, elevando a produtividade.

Segundo ele, existe uma relação direta entre esse indicador e o de renda per capita.

"Quanto mais produtivo o País, a tendência é a renda per capita ser maior", disse.

Sobre a área de crédito, o ministro mencionou o cadastro positivo, que será invertido e vai incluir todos os brasileiros, exceto os que não quiserem integrá-lo.

Segundo ele, com essas e outras medidas, será possível ofertar crédito com taxas mais baixas.

Outras medidas que o governo pretende adotar é a redução do tempo que as empresas levam para pagar impostos das atuais 2,6 mil horas para 600 por ano.

Já o tempo pra abrir uma empresa em São Paulo deve ser reduzido de 101 para três dias.

Meirelles mencionou ainda como pontos positivos a criação do site e-social e do portal único do comércio exterior, a discussão no Congresso para liberar a compra de terras por estrangeiros e as mudanças nas concessões de infraestrutura.

"A ideia é dar a dimensão da amplitude das reformas que estão sendo feitas no Brasil", afirmou.

"Com custo de crédito menor, o País voltará a crescer. Já está voltando, mas a ideia é crescer mais."

Acompanhe tudo sobre:DívidasEmpresasHenrique MeirellesMinistério da Fazenda

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo