Marinho: Até fim de outubro, governo anunciará medidas para gerar empregos
Secretário disse que serão ações com foco no retorno do profissional ao mercado de trabalho depois da demissão
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de setembro de 2019 às 14h29.
Última atualização em 13 de setembro de 2019 às 14h42.
São Paulo — O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, afirmou que até o fim de outubro o governo vai anunciar medidas para gerar empregos , em entrevista à GloboNews. Marinho disse que serão ações de estímulo à empregabilidade, buscando o retorno do profissional ao mercado de trabalho depois da demissão, com medidas de requalificação e reabilitação.
Concomitantemente, o secretário afirmou que está sendo feito um trabalho na área infralegal em regulamentos, portarias e decretos que depende da ação do parlamento, mas que estão ocorrendo, como no caso das Normas Regulamentadoras (NRs).
Além disso, o ministério tem quatro grupos de trabalho que estão formatando estudos sobre as regras trabalhistas para apresentar ao Congresso e à sociedade.
Segundo Marinho, os grupos se concentram em reforma sindical, mercado de trabalho no futuro, consolidação e modernização da legislação trabalhista, e convergência entre previdência e trabalho.
Desoneração da folha
O secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Costa, disse que a desoneração da folha de pagamentos tem potencial para gerar milhões de empregos e argumentou que o governo federal não repetirá os mesmos erros de governos anteriores, quando a medida foi aplicada, mas sem surtir efeitos relevantes.
"Não é possível que o Brasil tenha mais de 12 milhões de desempregados e seja um dos países com maior carga tributária sobre os salários. Está na visão do governo tornar as empresas mais competitivas, com menos impostos, e dar facilidade para se gerar emprego ao se desonerar a folha", afirmou, durante coletiva de imprensa após participar de fórum com empresários do setor da construção.
Costa afirmou que experiências passadas de desoneração da folha - como ocorrida durante o governo de Dilma Rousseff - tiveram efeitos limitados porque foram pontuais e temporárias. Ou seja, abrangeram apenas alguns setores produtivos e sem a certeza de quando tempo a desoneração permaneceria em vigor.
O secretário insistiu na tese de que uma carga tributária alta reduz a contratação de trabalhadores e disse que a desoneração pode gerar mais empregos, mas não citou valores precisos. "Estimamos que alguns milhões de empregos possam ser gerados. E isso também fará com que o próprio trabalhador receba mais investimentos da empresa", disse, referindo-se a benefícios e qualificações.
Questionado sobre os rumos da reforma após o presidente Jair Bolsonaro confirmar sua posição contrária ao retorno da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), Costa disse que a proposta não estava fechada, que alternativas estão sendo estudadas, e frisou que não há conflito com o ministro da Economia, Paulo Guedes. "A relação entre os dois é extraordinária" comentou.
Costa também não deu prazo para uma definição da proposta. "Não queremos enviar proposta de reforma tributária de maneira apressada, mas que seja sólida."