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Maia quer alterar plano de socorro fiscal a estados para beneficiar o Rio

Segundo o presidente da Câmara, a ideia é flexibilizar a cobrança dos juros da dívida após os seis anos de carência

Rodrigo Maia: presidente da Câmara afirmou que quer atrair outros estados devedores, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul (Adriano Machado/Reuters)
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Agência O Globo

Publicado em 10 de fevereiro de 2020 às 16h57.

Rio de Janeiro - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), afirmou nesta segunda-feira que pretende alterar itens do Plano Mansueto, que trata sobre o socorro fiscal a estados e municípios, a fim de beneficiar o Estado do Rio de Janeiro , único inserido no regime de recuperação fiscal, e atrair outros devedores, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

A ideia é flexibilizar a cobrança dos juros da dívida após os seis anos de carência, num modelo escalonado para que não a cobrança não seja feita de modo integral logo após a saída do plano.

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No modelo atual, os estados inseridos no plano de recuperação fiscal do governo possuem carência de três anos do Tesouro Nacional no pagamento dos juros da dívida coma União. A partir do quarto, se o plano não for renovado, retomam o pagamento do serviço da dívida gradualmente ao longo de mais três anos, até voltar à parcela completa ao fim de seis anos.

Com as mudanças propostas por Maia, essa retomada da quitação do débito seria feito progressivamente, a partir do sexto ano, como já prevê o projeto intitulado Plano Mansueto, mas como uma espécie de "escadinha", aliviando a saída do plano e o pagamento do débito nos anos seguintes, de modo crescente.

- A ideia é que você não saia no sexto ano de uma vez, que vá reduzindo a partir da renovação aos poucos para que a suspensão no pagamento dos juros não seja um impacto muito grande no sétimo ano, de uma vez, pois inviabiliza novamente a situação do estado do Rio e outros estados - afirmou.

Segundo Maia, a mudança vai prolongar a duração total do programa para que eles tenham mais tempo para quitar suas obrigações e reequilibrar as contas. Com isso, não apenas o Rio de Janeiro, inserido no programa desde 2017 e com parcelas a pagar a partir do fim de 2020, seria beneficiado, mas  também tornaria mais atrativo a entrada de estados como Rio Grande do Sul e Minas Gerais, com dificuldades orçamentárias.

- Vamos mudar (o Plano Mansueto) para ter mais chances do Rio ficar no plano, e de Minas (Gerais) e do Rio Grande do Sul entrarem no plano - disse.

Segundo o relator do Plano Mansueto, deputado Pedro Paulo (DEM/RJ), o texto da proposta deve ser apresentado em até duas semanas no plenário da Câmara.

Maia disse, ainda, que está negociando com o presidente do STF, Dias Toffoli, e com a ministra Carmen Lúcia, uma saída positiva para os estados produtores para o julgamento das ações que tratam da redistribuição dos royalties do petróleo, previsto para ser julgado no dia 29 de abril. Segundo Maia, uma mudança contrária aos estados produtores poderia inviabilizar o estado do Rio de Janeiro.

- Incluir tudo quebra o Rio de Janeiro o Espírito Santo. Temos que construir uma saída, seja legislativa ou com diálogo com Supremo, onde o que está em processamento não seja atingido. Se olhar pra trás, de quando a lei foi aprovada, teremos uma perda de 45 bi e 50 bi. Isso inviabiliza de forma definitiva o estado do Rio - diz.

Uma decisão liminar de março de 2013 da ministra Cármen Lúcia impediu que os estados produtores, como o Rio de Janeiro, perdessem parte das suas receitas em favor dos estados não produtores. O caso estava previsto para ser julgado em novembro de 2019, mas foi adiado. Uma lei aprovada pelo Congresso diminuiu os repasses aos Estados produtores e aumentou para os não produtores, levando os prejudicados a acionaram o STF.

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