Economia

Lula;precisa;eliminar;obstáculos aos negócios, diz Financial;Times

Em editorial, o jornal britânico afirma que para sustentar o crescimento de 2004, o governo precisa facilitar a integração das camadas sociais marginais à economia formal atacando a tributação punitiva, as leis trabalhis

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h46.

O Brasil começou a se apresentar como um país viável outra vez, mas agora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem de empunhar a bandeira dos negócios. Em editorial nesta terça-feira (4/1), o jornal britânico Financial Times afirma que, em dois anos de mandato, Lula estabilizou a economia e conquistou avanços em uma série de reformas que devem incrementar a produtividade. O diário opina, porém, que o presidente precisa atacar a burocracia que estrangula os negócios, especialmente os de pequeno porte.

O Financial Times também ressalva que o presidente petista não pode levar todo o crédito pela melhora. A retomada da economia mundial e a intensa demanda chinesa contribuíram para impulsionar as cotações de minérios e outras commodities exportadas pelo Brasil. Paralelamente, as baixas taxas de juros internacionais aliviaram pressões financeiras externas sobre a economia brasileira.

Mas ao mesmo tempo, diz o editorial, o Brasil tem ajudado a si mesmo. A equipe econômica é firme na execução de uma política fiscal austera, a inflação continua controlada, o endividamento público foi reduzido e a proporção da dívida indexada ao dólar é agora 10% do total.

Além desses bons indicadores macroeconômicos, o Financial Times diz que Lula mostrou-se um "promotor freqüente" das exportações brasileiras para novos mercados e tem, ele próprio, pressionado politicamente pela conclusão de reformas estruturais como a previdenciária e a do Judiciário. O editorial também qualifica as novas regras que garantem investimento privado em projetos públicos de infra-estrutura como capazes de atrair capital para elevar a "deprimente" qualidade das estradas, ferrovias e portos. Tudo isso foi aprovado apesar de ferrenha oposição e dissensões na própria base aliada, nota o Financial Times.

Para repetir em 2005 o crescimento de mais de 5% de 2004, o governo precisa facilitar a integração das camadas sociais marginais à economia formal. A "tributação punitiva", as leis trabalhistas restritivas e uma burocracia irresponsável empurram os negócios para a informalidade, diz o texto.

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