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Levy nega ser difícil trabalhar com Dilma: "Não é verdade"

Em almoço-debate em São Paulo, ministro da Fazenda comenta frase polêmica sobre Dilma e delineia caminho para ajuste econômico e volta do crescimento

O ministro da Fazenda Joaquim Levy (REUTERS/Paulo Whitaker)

João Pedro Caleiro

Publicado em 31 de março de 2015 às 17h42.

São Paulo - Diante de centenas de empresários reunidos em São Paulo, o ministro Joaquim Levy recebeu um "voto de confiança" e disse que "vai precisar dele" para conversar no Congresso.

No almoço-debate organizado pelo LIDE (Grupo de Líderes Empresariais) no hotel Grand Hyatt, o ministro disse que "o que nós temos de fazer agora não é algo que o governo possa fazer sozinho em Brasília. É um trabalho de toda a sociedade e de todos os poderes.”

Levy também comentou a polêmica de sua frase sobre a presidente Dilma Rousseff, que na sua visão foi "quase um truísmo".

Ele disse que era uma escolha focar na primeira parte ("o desejo genuíno da presidente de endireitar as coisas") ou na segunda ("o fato de que nem tudo acontece como a gente gostaria").

Quando o mediador João Dória Jr. disse, mais cedo, que "não era fácil ser ministro de Dilma", Levy rebateu: "Não é verdade!". Depois, na coletiva, o ministro negou qualquer divergência com a presidente.

Levy partiu do evento direto para Brasília, onde terá uma reunião no fim da tarde com Renan Calheiros, presidente do Senado. O ministro tem se engajado pessoalmente nas negociações com o Legislativo para aprovar o ajuste e evitar a criação de novas despesas.

Ajuste e crescimento

O evento em São Paulo serviu para Levy delinear o caminho das pedras do ajuste fiscal e da retomada do crescimento .

Ele destacou que a reorientação da política econômica é uma resposta também ao ambiente externo, diante do fim do super ciclo das commodities e das políticas anti-crise nos países desenvolvidos: "O cenário mudou. Nossa capacidade de fazer anti-cíclico se esgotou."

No curto prazo, Levy citou como medidas necessárias voltar ao realismo tarifário, rever despesas (“aquilo que se faz em qualquer empresa de tempos em tempos”) e aumentar a receita para evitar perda de controle da dívida pública.

Isso inclui também reverter parte das desonerações da folha de pagamento: “É o que a Lei de Responsabilidade Fiscal manda (...) mas não criamos nenhum imposto e tomara que a gente não precise".

No médio e no longo prazo, o ministro citou reformas na tributação e na poupança e ampliação da participação do setor privado em concessões, entre outras iniciativas:  “Para sermos competitivos, temos que ser mais produtivos. E perdemos produtividade nos últimos anos”.

Ele também disse que o câmbio desvalorizado abre novas oportunidades para a produção: “Vamos ver mais industrias atendendo a demanda interna, o que não se vê há muito tempo”.

Levy também reconheceu os riscos: não prosseguir no ajuste, perder o grau de investimento, criar novas despesas sem previsão de receita e colocar novas restrições à concorrência.

“Se evitarmos esses riscos, temos certeza que rapidamente passaremos dessa parte de ajuste e entraremos em um novo período de crescimento muito significativo”, disse o ministro.

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São Paulo - Diante de centenas de empresários reunidos em São Paulo, o ministro Joaquim Levy recebeu um "voto de confiança" e disse que "vai precisar dele" para conversar no Congresso.

No almoço-debate organizado pelo LIDE (Grupo de Líderes Empresariais) no hotel Grand Hyatt, o ministro disse que "o que nós temos de fazer agora não é algo que o governo possa fazer sozinho em Brasília. É um trabalho de toda a sociedade e de todos os poderes.”

Levy também comentou a polêmica de sua frase sobre a presidente Dilma Rousseff, que na sua visão foi "quase um truísmo".

Ele disse que era uma escolha focar na primeira parte ("o desejo genuíno da presidente de endireitar as coisas") ou na segunda ("o fato de que nem tudo acontece como a gente gostaria").

Quando o mediador João Dória Jr. disse, mais cedo, que "não era fácil ser ministro de Dilma", Levy rebateu: "Não é verdade!". Depois, na coletiva, o ministro negou qualquer divergência com a presidente.

Levy partiu do evento direto para Brasília, onde terá uma reunião no fim da tarde com Renan Calheiros, presidente do Senado. O ministro tem se engajado pessoalmente nas negociações com o Legislativo para aprovar o ajuste e evitar a criação de novas despesas.

Ajuste e crescimento

O evento em São Paulo serviu para Levy delinear o caminho das pedras do ajuste fiscal e da retomada do crescimento .

Ele destacou que a reorientação da política econômica é uma resposta também ao ambiente externo, diante do fim do super ciclo das commodities e das políticas anti-crise nos países desenvolvidos: "O cenário mudou. Nossa capacidade de fazer anti-cíclico se esgotou."

No curto prazo, Levy citou como medidas necessárias voltar ao realismo tarifário, rever despesas (“aquilo que se faz em qualquer empresa de tempos em tempos”) e aumentar a receita para evitar perda de controle da dívida pública.

Isso inclui também reverter parte das desonerações da folha de pagamento: “É o que a Lei de Responsabilidade Fiscal manda (...) mas não criamos nenhum imposto e tomara que a gente não precise".

No médio e no longo prazo, o ministro citou reformas na tributação e na poupança e ampliação da participação do setor privado em concessões, entre outras iniciativas:  “Para sermos competitivos, temos que ser mais produtivos. E perdemos produtividade nos últimos anos”.

Ele também disse que o câmbio desvalorizado abre novas oportunidades para a produção: “Vamos ver mais industrias atendendo a demanda interna, o que não se vê há muito tempo”.

Levy também reconheceu os riscos: não prosseguir no ajuste, perder o grau de investimento, criar novas despesas sem previsão de receita e colocar novas restrições à concorrência.

“Se evitarmos esses riscos, temos certeza que rapidamente passaremos dessa parte de ajuste e entraremos em um novo período de crescimento muito significativo”, disse o ministro.

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