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Leilão de linhas de transmissão vende apenas 4 de 12 lotes

Especialistas haviam adiantado, na terça-feira, que havia pouco interesse do mercado pelos empreendimentos

Transmissão de energia elétrica: especialistas haviam adiantadoque havia pouco interesse do mercado (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2015 às 12h45.

São Paulo - O leilão de linhas de transmissão desta quarta-feira recebeu ofertas dos investidores para apenas 4 dos 12 lotes de empreendimentos oferecidos, o que resultará em 3,5 bilhões de reais em investimentos, ou 46 por cento do esperado, em um novo fracasso para o segmento, que já havia atraído pouco interesse em licitação realizada em agosto.

O resultado confirmou expectativa do mercado.

Especialistas ouvidos pela Reuters disseram na terça-feira que haveria pouco interesse pelos empreendimentos de transmissão, em um cenário de recessão econômica e crédito escasso agravado pela situação das empresas do segmento, que estão com muitas obras para tocar ou descapitalizadas.

Levaram lotes na disputa desta quarta-feira o consórcio TCL, das espanholas Cymi e Cobra, e o grupo Firminópolis, formado pela estatal goiana Celg e a CEL Engenharia.

A estatal paranaense Copel e a novata Planova também arremataram lotes, sozinhas, sendo que apenas a disputa que envolveu a Planova apresentou deságio ante a receita teto estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Apesar do resultado, a Aneel garantiu que não estão em estudo novas mudanças na remuneração ou nas regras para atrair mais empresas para as disputas de linhas.

"A questão não é preço, mas a conjuntura do país", disse a jornalistas o diretor da Aneel José Jurhosa, após a licitação.

"Não está fácil construir no Brasil, não pela construção em si, mas sim outros fatores, ambientais, fundiários...", comentou Jurhosa, citando questões de regulação.

O diretor da Aneel disse que os lotes que não receberam propostas voltarão a ser oferecidos, provavelmente já no próximo certame do segmento, de forma a reduzir o atraso na implementação dos empreendimentos.

A agência espera realizar um grande leilão no início de 2016.

Um dos lotes que não despertou interesse, o C, estava sendo oferecido aos investidores pela terceira vez, mas Jurhosa afirmou que não acredita que será necessário elevar a receita desse empreendimento e dos demais que não receberam oferta.

"Entendemos que foi uma questão de conjuntura, e não de atratividade do lote em si."

Vencedores

O consórcio TCL receberá uma receita anual de 448,8 milhões de reais para implantar linhas e subestações em Minas Gerais, que constavam do lote A do leilão, o maior em volume e receita dentre os ofertados. As obras demandarão cerca de 2,5 bilhões de reais, segundo o grupo.

Já a Copel terá uma receita anual de 97,9 milhões de reais para linhas no Paraná e Santa Catarina, do lote E, arrematado sem deságio, enquanto a Planova receberá 60,5 milhões de reais anuais pelos empreendimentos do Lote G, que registrou deságio de 6,14 por cento na disputa.

O consórcio Firminópolis receberá 6,5 milhões de reais por ano para construir e operar linhas em Goiás, arrematado sem deságio.

Texto atualizado às 13h44

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São Paulo - O leilão de linhas de transmissão desta quarta-feira recebeu ofertas dos investidores para apenas 4 dos 12 lotes de empreendimentos oferecidos, o que resultará em 3,5 bilhões de reais em investimentos, ou 46 por cento do esperado, em um novo fracasso para o segmento, que já havia atraído pouco interesse em licitação realizada em agosto.

O resultado confirmou expectativa do mercado.

Especialistas ouvidos pela Reuters disseram na terça-feira que haveria pouco interesse pelos empreendimentos de transmissão, em um cenário de recessão econômica e crédito escasso agravado pela situação das empresas do segmento, que estão com muitas obras para tocar ou descapitalizadas.

Levaram lotes na disputa desta quarta-feira o consórcio TCL, das espanholas Cymi e Cobra, e o grupo Firminópolis, formado pela estatal goiana Celg e a CEL Engenharia.

A estatal paranaense Copel e a novata Planova também arremataram lotes, sozinhas, sendo que apenas a disputa que envolveu a Planova apresentou deságio ante a receita teto estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Apesar do resultado, a Aneel garantiu que não estão em estudo novas mudanças na remuneração ou nas regras para atrair mais empresas para as disputas de linhas.

"A questão não é preço, mas a conjuntura do país", disse a jornalistas o diretor da Aneel José Jurhosa, após a licitação.

"Não está fácil construir no Brasil, não pela construção em si, mas sim outros fatores, ambientais, fundiários...", comentou Jurhosa, citando questões de regulação.

O diretor da Aneel disse que os lotes que não receberam propostas voltarão a ser oferecidos, provavelmente já no próximo certame do segmento, de forma a reduzir o atraso na implementação dos empreendimentos.

A agência espera realizar um grande leilão no início de 2016.

Um dos lotes que não despertou interesse, o C, estava sendo oferecido aos investidores pela terceira vez, mas Jurhosa afirmou que não acredita que será necessário elevar a receita desse empreendimento e dos demais que não receberam oferta.

"Entendemos que foi uma questão de conjuntura, e não de atratividade do lote em si."

Vencedores

O consórcio TCL receberá uma receita anual de 448,8 milhões de reais para implantar linhas e subestações em Minas Gerais, que constavam do lote A do leilão, o maior em volume e receita dentre os ofertados. As obras demandarão cerca de 2,5 bilhões de reais, segundo o grupo.

Já a Copel terá uma receita anual de 97,9 milhões de reais para linhas no Paraná e Santa Catarina, do lote E, arrematado sem deságio, enquanto a Planova receberá 60,5 milhões de reais anuais pelos empreendimentos do Lote G, que registrou deságio de 6,14 por cento na disputa.

O consórcio Firminópolis receberá 6,5 milhões de reais por ano para construir e operar linhas em Goiás, arrematado sem deságio.

Texto atualizado às 13h44
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