Juros fecham em queda com apostas em corte de 1,25 p.p. da Selic
O dólar em queda e a manutenção do otimismo sobre a reforma da Previdência também seguiram como argumentos para a ampliação de posições vendidas em juros
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de maio de 2017 às 18h07.
São Paulo - Os juros futuros voltaram a fechar em queda firme nesta quinta-feira, 11, principalmente os curtos, ainda estimulados pelas apostas em um corte mais agressivo da Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na reunião do dia 31 de maio, por sua vez, amparadas nos dados fracos do varejo referentes a março.
O dólar em queda e a manutenção do otimismo sobre a reforma da Previdência também seguiram como argumentos para a ampliação de posições vendidas em juros.
O cenário externo, novamente, ficou em segundo plano.
Ao final da sessão regular, que teve expressivo volume de contratos, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para julho de 2017 (399.655 contratos) fechou com taxa de 10,478%, de 10,503% no ajuste anterior. A taxa do DI janeiro de 2018 (232.895 contratos) encerrou na mínima de 9,180%, de 9,280% no ajuste de ontem.
A taxa do DI janeiro de 2019 (336.625 contratos) caiu de 9,12% para 9,01% e a do DI janeiro de 2021 (205.190 contratos) passou de 9,81% para 9,73%, patamar que não era atingido desde 17 de maio 2013.
As vendas do varejo tanto restrito (-1,9%) quanto no ampliado (-2,0%) em março ante fevereiro, com ajuste sazonal, tiveram desempenho pior do que apontavam as estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast.
No levantamento, os respectivos pisos para varejo restrito e ampliado eram de -1,8% e -1,7%.
Os números reforçaram a expectativa de que o Copom reduza a Selic em 1,25 ponto porcentual este mês, para 10,00%. Para endossar tal aposta, a primeira prévia do IGP-M de maio trouxe deflação mais forte em relação à mesma prévia de abril, de -0,74% para -0,89%.
Os vértices mais longos também recuaram, diante da percepção de que a reforma da Previdência será aprovada com margem confortável de votos, com base nas apurações realizadas por consultorias políticas e instituições financeiras e a partir do reforço nas negociações do governo com o Congresso.
O alívio nos prêmios longos teve suporte ainda da avaliação de que uma possível candidatura do ex-presidente Lula ao Planalto em 2018 ficou enfraquecida após seu depoimento ontem ao juiz Sérgio Moro.
"Essa questão política também ajudou na queda das taxas, principalmente as contradições no depoimento dele e com a boa performance do juiz Moro", afirmou o estrategista de renda fixa da Upside Investor, Renan Sujii.