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Janela de crescimento pode se fechar, avalia Febraban

As condições macroeconômicas atuais levarão o país a crescer 3,7% em 2004 e, provavelmente, a obter um bom resultado em 2005 essa, porém, é apenas uma janela de crescimento , que dependerá de ações do governo para se manter aberta em 2006 e 2007. A avaliação foi apresentada nesta terça-feira por Roberto Luis Troster, economista-chefe […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h45.

As condições macroeconômicas atuais levarão o país a crescer 3,7% em 2004 e, provavelmente, a obter um bom resultado em 2005 essa, porém, é apenas uma janela de crescimento , que dependerá de ações do governo para se manter aberta em 2006 e 2007. A avaliação foi apresentada nesta terça-feira por Roberto Luis Troster, economista-chefe da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos). Para manter o investimento é preciso investir, e para investir é preciso haver redução dos juros , afirmou Troster, assumindo o discurso que o setor produtivo tradicionalmente usa contra o setor bancário. O economista alertou também para a excessiva atenção que o governo dedica ao investimento em capital físico, como infra-estrutura, e lembrou que o crescimento depende também de investimento em capital humano.

Um estudo da evolução das taxas de juros brasileiras apresentado pelo Banco Central em dezembro mostrou resultados pouco animadores: o spread bancário (diferença entre a taxa pela qual o banco toma recursos e a taxa pela qual ele oferece recursos a seus clientes) cai muito lentamente. A evolução foi de 51,3 pontos porcentuais em outubro de 1999 para 43,2 pontos porcentuais em setembro de 2003, uma queda de apenas 8,1 pontos em quatro anos.

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De acordo com Troster, a redução desse spread e, por conseqüência, das taxas cobradas do tomador final de empréstimo não depende dos bancos, e sim de ações de governo. A intermediação financeira sofre impacto de muitos fatores não relacionados à política monetária , disse Gabriel Jorge Ferreira, presidente da Febraban. São fatores que têm a ver com leis e com o Judiciário . Ferreira apresentou, como exemplos, a dificuldade de recuperação de créditos no Brasil. O problema seria parcialmente resolvido pela Lei de Falências, que, segundo o presidente da Febraban, dará voz ao credor sem eliminar as empresas devedoras .

Ferreira aproveitou para insistir em dois tradicionais itens da pauta de reclamações dos bancos: a redução do recolhimento compulsório sobre depósitos a vista e da incidência de impostos sobre o setor duas ações que, segundo o presidente da Febraban, também reduziriam imediatamente os juros para o tomador final. Ferreira deixará o cargo no dia 15 de março, quando o transmitirá a Márcio Cypriano, do Bradesco.

Além do crescimento de 3,7% do PIB, a Febraban trabalha com uma estimativa de cerca de 13,6% para a taxa básica de juros (Selic) para o fim de 2004. Outras projeções para o ano, calculadas pela Febraban a partir de consultas a 54 instituições bancárias, estão disponíveis aqui .

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