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Infraestrutura precisa de 5,5% do PIB, diz consultoria

Pelos valores de 2013, o montante necessário equivale a R$ 266,2 bilhões por ano

Operários no canteiro de obras de um novo terminal no aeroporto de Guarulhos: nas últimas décadas foram investidos, em média, 2,2% do PIB (Nacho Doce/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2014 às 18h46.

Rio - O Brasil precisaria investir de 5% a 5,5% do Produto Interno Bruto ( PIB ) ao ano em infraestrutura para, ao mesmo tempo, fazer a manutenção de estradas, aeroportos, ferrovias, portos, hidrelétricas e linhas de transmissão já existentes e garantir uma aceleração do crescimento econômico para de 4,5% a 5% ao ano, segundo estimativas da consultoria McKinsey.

Pelos valores de 2013, o montante necessário equivale a R$ 266,2 bilhões por ano.

Nas últimas décadas, porém, foram investidos, em média, 2,2% do PIB, segundo Roberto Fantoni, sócio da McKinsey no Brasil e responsável pela área de infraestrutura em toda a América Latina.

Países como Índia, com 4,7%, e China, com 8,5%, têm investido muito mais como proporção de seus PIBs.

"A infraestrutura brasileira não atende às necessidades atuais do País nem oferece as condições necessárias para o nosso crescimento", afirmou Fantoni, que participará, nesta semana, do Global Infrastructure Initiative (GII), evento anual da McKinsey, que este ano será no Rio.

Pelos cálculos da consultoria, de 2% a 2,5% do PIB em investimentos seriam necessários para ampliar a infraestrutura a ponto de a economia crescer mais.

O restante dos cerca de 5,5% do PIB seria apenas para preencher lacunas (por exemplo, asfaltar estradas de terra) e fazer a manutenção do que já existe.

Segundo Fantoni, há três obstáculos principais no caminho até os 5,5% do PIB em investimentos ao ano: o ambiente regulatório, a disponibilidade de capital e a qualidade dos projetos.

No primeiro obstáculo, os marcos regulatórios devem ser "adequados e favoráveis à execução de longo prazo". A estabilidade de regras é importante.

Fantoni sugere ainda avanços na tributação sobre os investimentos e uma reforma na legislação trabalhista, com foco no aumento da produtividade.

Vencer o obstáculo da disponibilidade de capital depende da atração de recursos privados, inclusive crédito. Por causa da necessidade de manter as contas públicas equilibradas, destaca Fantoni, o investimento público é insuficiente.

No entanto, a atração do setor privado, tanto em aportes diretos quanto no financiamento, depende da superação do primeiro obstáculo.

Além disso, o sócio da McKinsey defende a criação de mecanismos de incentivo ao crédito privado para a infraestrutura.

Algo como os incentivos dados às debêntures de infraestrutura - títulos de dívida corporativa de empresas ou projetos de infraestrutura, que têm isenção de tributos para os investidores.

Por fim, o terceiro gargalo é a qualidade dos projetos. Para Fantoni, seria preciso conhecer bem as lacunas da infraestrutura do País, para então escolher os projetos prioritários.

A partir daí, seria mais fácil melhorar a qualidade - projetos mal elaborados levam a atrasos e elevação de custos.

O sócio da McKinsey propõe duas iniciativas. A primeira é um plano nacional de investimentos, capaz de identificar os problemas - por exemplo, qual o fluxo de cada estrada do País.

A segunda é criar fóruns setoriais, juntando setor público e empresas, para acompanhar a execução de obras e solucionar problemas, como o licenciamento ambiental e desapropriações.

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Pelos valores de 2013, o montante necessário equivale a R$ 266,2 bilhões por ano.

Nas últimas décadas, porém, foram investidos, em média, 2,2% do PIB, segundo Roberto Fantoni, sócio da McKinsey no Brasil e responsável pela área de infraestrutura em toda a América Latina.

Países como Índia, com 4,7%, e China, com 8,5%, têm investido muito mais como proporção de seus PIBs.

"A infraestrutura brasileira não atende às necessidades atuais do País nem oferece as condições necessárias para o nosso crescimento", afirmou Fantoni, que participará, nesta semana, do Global Infrastructure Initiative (GII), evento anual da McKinsey, que este ano será no Rio.

Pelos cálculos da consultoria, de 2% a 2,5% do PIB em investimentos seriam necessários para ampliar a infraestrutura a ponto de a economia crescer mais.

O restante dos cerca de 5,5% do PIB seria apenas para preencher lacunas (por exemplo, asfaltar estradas de terra) e fazer a manutenção do que já existe.

Segundo Fantoni, há três obstáculos principais no caminho até os 5,5% do PIB em investimentos ao ano: o ambiente regulatório, a disponibilidade de capital e a qualidade dos projetos.

No primeiro obstáculo, os marcos regulatórios devem ser "adequados e favoráveis à execução de longo prazo". A estabilidade de regras é importante.

Fantoni sugere ainda avanços na tributação sobre os investimentos e uma reforma na legislação trabalhista, com foco no aumento da produtividade.

Vencer o obstáculo da disponibilidade de capital depende da atração de recursos privados, inclusive crédito. Por causa da necessidade de manter as contas públicas equilibradas, destaca Fantoni, o investimento público é insuficiente.

No entanto, a atração do setor privado, tanto em aportes diretos quanto no financiamento, depende da superação do primeiro obstáculo.

Além disso, o sócio da McKinsey defende a criação de mecanismos de incentivo ao crédito privado para a infraestrutura.

Algo como os incentivos dados às debêntures de infraestrutura - títulos de dívida corporativa de empresas ou projetos de infraestrutura, que têm isenção de tributos para os investidores.

Por fim, o terceiro gargalo é a qualidade dos projetos. Para Fantoni, seria preciso conhecer bem as lacunas da infraestrutura do País, para então escolher os projetos prioritários.

A partir daí, seria mais fácil melhorar a qualidade - projetos mal elaborados levam a atrasos e elevação de custos.

O sócio da McKinsey propõe duas iniciativas. A primeira é um plano nacional de investimentos, capaz de identificar os problemas - por exemplo, qual o fluxo de cada estrada do País.

A segunda é criar fóruns setoriais, juntando setor público e empresas, para acompanhar a execução de obras e solucionar problemas, como o licenciamento ambiental e desapropriações.

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