Economia

Inflação é de 1,27% em janeiro e chega a 10,71% em 12 meses

Acumulado dos últimos 12 meses foi o maior desde novembro de 2003 e segue bem acima do teto da meta do governo

Mercado (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Mercado (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 5 de fevereiro de 2016 às 08h37.

São Paulo - O IPCA (Índice Preços ao Consumidor Amplo) foi de 1,27% em janeiro, informou hoje o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

É a maior taxa para janeiro desde 2003, quando foi de 2,25%, e também ficou acima de dezembro, quando foi de 0,96%.

Com isso, o acumulado da inflação nos últimos 12 meses chegou a 10,71%, o mais alto desde novembro de 2003 (quando chegou a 11,02%).

A taxa anualizada também está bem acima da meta do governo, que é de 4,5% com tolerância de dois pontos percentuais para cima (6,5%) ou para baixo (2,5%).

Dos 9 grupos pesquisados, 6 tiveram alta em relação ao mês anterior e 3 tiveram queda. No grupo Vestuário foi registrada queda de preços.

Grupos

O grande responsável pela taxa de janeiro foi o grupo Alimentação e Bebidas, de maior peso relativo no índice, que pulou de 1,50% em dezembro para 2,28% em janeiro.

Não havia registro de taxa tão alta desde dezembro de 2002 (3,91%) e sozinho, o grupo contribuiu com 0,57 ponto percentual no IPCA do mês.

Os produtos para consumo em casa aumentaram 2,89% enquanto a alimentação fora de casa subiu 1,12%. Entre as maiores altas no mês destacam-se a cenoura (32%), o tomate (27%), a cebola (22%) e a batata-inglesa (14%).

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) informou ontem que o seu índice de preços de alimentos chegou em janeiro no seu nível mais baixo dos últimos sete anos.

O grupo Transportes também subiu - de 1,36% para 1,77% - e foi responsável por 0,33 de impacto no índice do mês. A alta foi puxada pelo transporte público, com aumento de 3,84%, e pelos combustíveis, que subiram 2,11%.

Janeiro teve reajuste dos ônibus urbanos em 6 das 13 regiões pesquisadas, incluindo São Paulo (8,57%), Rio de Janeiro (11,7%) e Belo Horizonte (8,82%).

Os intermunicipais também subiram em 5 regiões, assim como os táxis. Em São Paulo, também pesou o reajuste do metrô.

Nos outros grupos, chamam a atenção altas em itens como excursão (6,98%), cigarro (3,81%), TV, Som e Informática (2,12%) e Artigos de limpeza (1,86%).

Grupo Variação Dezembro Variação Janeiro
Índice Geral 0,96% 1,27%
Alimentação e Bebidas 1,50% 2,28%
Habitação 0,49% 0,81%
Artigos de Residência 0,46% 0,45%
Vestuário 1,15% -0,24%
Transportes 1,36% 1,77%
Saúde e cuidados pessoais 0,70% 0,81%
Despesas pessoais 0,57% 1,19%
Educação 0,22% 0,31%
Comunicação 0,43% 0,22%

.

Grupo Impacto Dezembro (p.p.) Impacto Janeiro (p.p.)
Índice Geral 0,96 1,27
Alimentação e Bebidas 0,38 0,57
Habitação 0,08 0,13
Artigos de Residência 0,02 0,02
Vestuário 0,07 -0,01
Transportes 0,25 0,33
Saúde e cuidados pessoais 0,08 0,09
Despesas pessoais 0,06 0,13
Educação 0,01 0,01
Comunicação 0,01 0
Acompanhe tudo sobre:EstatísticasIBGEIndicadores econômicosInflaçãoIPCAPreços

Mais de Economia

‘Problema dos gastos no Brasil não é ter os pobres no Orçamento’, diz Simone Tebet

Plano Real, 30 anos: Gustavo Loyola e as reformas necessárias para o Brasil crescer

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Mais na Exame