Economia

Inflação e cenário externo influenciaram Copom

Em sua última reunião, o Comitê avaliou que a instabilidade do cenário externo pode influenciar na trajetória da inflação, que ainda não é considerada estável no curto prazo

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h15.

OComitê de Política Monetária (Copom) avaliou em sua última reunião, em junho,que inflação e cenário externo exigem cautela e, por isso, manteve a taxa básica anual de juros (Selic) em 16%. "O atual contexto de dúvidas em relação à evolução do cenário externo tem gerado uma volatilidade de curto prazo que tende a aumentar a incerteza em relação ao comportamento futuro da inflação", afirma a ata da 97ª reunião, divulgada nesta quinta-feira (24/6). Assim como aconteceu em maio, as perspectivas do Banco Central (BC) para o médio prazo são positivas, mas, no curto prazo, "o comportamento das expectativas de inflação passou a constituir fonte de risco relativamente mais importante que no mês passado".

Na ata, os membros do Copom mostram que o ambiente externo se estabilizou em alguma medida desde a reunião de maio, mas persiste ainda um ambiente de volatilidade elevada. Embora as tensões no mercado de petróleo tenham se reduzido, ainda há incertezas em função do comportamento esperado para a taxa básica de juros americana nos próximos meses.Desde a reunião de maio do Copom, o preço do petróleo caiu cerca de 11%, dadas as promessas de aumento de oferta por parte da Organização Mundial dos Exportadores de Petróleo.O aumento do preço da gasolina anunciado pela Petrobrás em 15 de junho, de 10,8% na refinaria, ficou dentro do esperado pelo Copom e cobriu parte considerável da defasagem do preço interno em relação ao externo.No entanto, o texto da ata afirma que "é importante ressaltar, mais uma vez, que a instabilidade verificada recentemente está longe de se configurar como um quadro de crise, ainda mais quando se levam em conta o provável caráter passageiro de seus determinantes principais e a solidez dos fundamentos da economia brasileira".

Ao avaliar este cenério externo e as trajetórias dainflaçãoem 2004, o Copom concluiu que as projeções de inflação este anoestão acima da meta de 5,5% e abaixo da meta de 4,5% para 2005. Se forem observadas as expectativas do mercado registradas pelo BC na véspera da reunião do Copom, as projeções encontram-se acima da meta tanto para 2004 quanto para 2005. "Diante disso, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a meta para a taxa Selic em 16,0% ao ano, sem viés", diz a ata.

O Copom volta a se reunir nos dias 21 e 22/7.

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