Inflação anual dos EUA fica em 8,3% em abril, com leve desaceleração
Inflação nos EUA segue perto de seu maior patamar em 40 anos, enquanto o Fed planeja seguir com aumentos na taxa de juros para conter os preços
Carolina Riveira
Publicado em 11 de maio de 2022 às 10h09.
Última atualização em 11 de maio de 2022 às 10h13.
A inflação dos Estados Unidos fechou abril em alta anual de 8,3%, segundo o CPI, principal índice inflacionário do país.
No mês, a inflação subiu 0,3 ponto percentual em relação a março, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 11, pelo governo americano.
Os EUA seguem em um dos patamares mais altos de inflação em 40 anos. Enquanto isso, o acumulado anual em abril é levemente menor que a inflação até março (8,5%), o que acende a expectativa de que preços podem começar a desacelerar após altas recorde desde o começo do ano.
Os preços dos combustíveis nos EUA atingem seu maior valor em décadas em meio à crise de oferta, retomada econômica após o auge da pandemia e a guerra na Ucrânia. Frentes como alimentos também encareceram com a alta nos custos de produção.
Na terça-feira, 10, o preço médio nacional para um galão de gasolina (métrica usada no país) chegou a US$ 4,37, o maior valor desde o ano 2000, quando a AAA, uma associação de combustíveis, começou a medir os valores.
As altas de preço têm afetado a popularidade do presidente americano, Joe Biden, e do Partido Democrata, às vésperas de eleições legislativas de meio de mandato (as chamadas midterms) marcadas para este ano.
Em discurso televisionado ontem, Biden disse que combater a inflação é "sua principal prioridade doméstica" e culpou a "guerra de Putin [presidente russo]" pela crise internacional e alta nos preços.
Os EUA baniram a importação de gás e petróleo vindos da Rússia após o início do conflito na Ucrânia. Além disso, em todos os mercados, os preços estão altos em meio à cotação elevada do petróleo, com barril do tipo Brent acima de US$ 100 desde o começo da guerra.
A inflação americana está em seu pior patamar em 40 anos, desde a época da "Grande Inflação",encerrada no começo dos anos 1980 (e oriunda também do choque do petróleo na ocasião).
Em meio ao cenário, o Fed, banco central americano, realizou dois aumentos na taxa de juros neste ano e anunciou que terá novas altas nos próximos meses. A meta é devolver a inflação a um patamar de 2%.
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Em março, o Fed aumentou os juros americanos pela primeira vez desde 2018 e saiu da taxa de juros "zerada" que praticava até então. Na ocasião, o comitê de política monetária optou por uma alta de 0,25 ponto, levando os juros para a taxa atual entre 0,25% e 0,5%. Em 4 de maio, veio nova alta de 0,5 ponto, levando a taxa americana para o intervalo atual, entre 0,75% e 1%.
Ao contrário do que ocorre no Brasil, o mercado de trabalho americano está muito aquecido, com desemprego abaixo de 4%, o que também impacta na inflação.