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Inflação alta não compromete crescimento, diz economista

A alta na inflação não afetará o crescimento da economia brasileira. Segundo o economista-chefe do ABN Amro Asset Management, Hugo Penteado, o aumento dos preços não preocupa porque não é generalizado: "é efeito de oferta e não de demanda". Segundo ele, os resultados do IPCA e do IGP-DI acima do esperado são conseqüência de remarcações […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h52.

A alta na inflação não afetará o crescimento da economia brasileira. Segundo o economista-chefe do ABN Amro Asset Management, Hugo Penteado, o aumento dos preços não preocupa porque não é generalizado: "é efeito de oferta e não de demanda". Segundo ele, os resultados doIPCAe doIGP-DIacima do esperado são conseqüência de remarcações que os comerciantes se viram obrigados a fazer em razão do aumento de preços dos fornecedores.
Conforme Penteado, a variação dos dois índices de inflação reflete basicamente os preços no atacado, o encarecimento das commodities agrícolas com a antecipação da entressafra para alguns produtos e a venda antecipada das roupas de inverno em razão de as temperaturas baixas terem chegado mais cedo em algumas regiões do Brasil. "Não se vê fatores ligados à demanda na alta da inflação", diz Penteado. Apesar de crescente desde o terceiro trimestre de 2003, a demanda interna (contabilizada pelo Produto Interno Bruto a partir dos investimentos domésticos e do consumo das famílias e do governo) está controlada.

Sem explosão na demanda, a atual alta inflacionária e as projeções pessimistas do mercado não justificam uma ação retracionista do Banco Central, como um aumento da Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana que vem. Os juros, inclusive, devem voltar a cair na primavera, na avaliação do economista do ABN. De setembro a dezembro, ele projeta quedas consecutivas de 0,25 ponto percentual, permitindo a retomada do crescimento gradual do crédito.

O economista-chefe do ABN Amro Asset Management também argumenta que o Brasil iniciou, no fim do ano passado, um ciclo de crescimento bastante forte. "Uma das mais fortes expansões desde 1975", afirma, referindo-se ao período do milagre econômico, protagonizado pela ditadura militar a partir do endividamento do país. Mesmo com uma freada na economia chinesa e com o aumento dos juros nos Estados Unidos, as exportações continuarão sendo o motor da economia brasileira.

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Já os analistas da Global Station não se mostraram tão confiantes quanto Penteado. Apesar de concordarem com o economista no que diz respeito ao repasse de preços ao consumidor, a consultoria acredita que o fato de a "inflação estar acima do esperado" poderá "neutralizar parte do otimismo sobre o crescimento da economia". Na média, o mercado esperava que o IGP-DI de maio ficasse em 1,4%. O índice subiu 1,46%. O IPCA de maio (0,51%) subiu perto do esperado pela projeção mediana do mercado que era 0,52%.

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