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Indústria paulista cresce, mas cenário ainda preocupa

A perspectiva tem sido piorada pelo cenário externo, segundo Walter Sacca, diretor da Fiesp

Fiesp: queda da confiança representa crescimento menor do setor (Bia Parreiras/VIAGEM E TURISMO)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2011 às 15h22.

São Paulo - A atividade industrial paulista cresceu em agosto sobre julho, mas não o suficiente para mudar o "viés negativo" do setor para os próximos meses, avaliou nesta quinta-feira a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Segundo o diretor-adjunto do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da entidade, Walter Sacca, essa perspectiva fraca ainda é reflexo da fraqueza da indústria de transformação ao longo do ano, mas tem sido piorada pelo cenário externo, que se deteriorou rapidamente nos últimos meses.

"Ninguém pode desprezar o que está acontecendo no mundo. Isso vai ter consequências sobre o mercado brasileiro", afirmou.

Os mercados financeiros globais têm experimentado grande volatilidade recentemente, provocada sobretudo pelas tensões com a crise de dívida na zona do euro, em meio a temores de que a Grécia declare default.

Sacca também lembrou o efeito negativo do dólar baixo sobre a indústria, e ponderou que a alta da moeda norte-americana em setembro num primeiro momento é positiva, mas precisa ser olhada com atenção.

Nesta quinta-feira, a taxa de câmbio tinha leve queda, para 1,8280 real na venda. No mês, entretanto, o dólar acumula ganhos em torno de 15 por cento.

"Tudo tem seu lado bom e ruim. Claro que consideramos que o dólar a 1,80, 1,85 (real) está muito mais próximo de um equilíbrio, mas, olhando o cenário macroeconômico, nenhum movimento brusco é bom", afirmou.


O Sensor, uma pesquisa da Fiesp que visa medir o humor do empresário industrial no mês corrente, serve de mostra para a postura mais cautelosa desse grupo. A leitura de setembro ficou em 48,9 pontos, leve melhora em relação ao número de 48,5 pontos em agosto, mas ainda abaixo da marca de 50 pontos, o que mostra que os empresários seguem pessimistas.

Destaque negativo para o componente Estoque, que ficou em 38,1 pontos, menor patamar desde abril de 2009, quando esteve em 34,7 pontos. Quanto menor essa leitura, maior a quantidade de produtos estocados.

INA

O Indicador de Nível de Atividade (INA) avançou 0,8 por cento no mês passado contra o anterior, com ajuste sazonal, puxando pelo avanço de 2,6 por cento na variável total de vendas reais.

Sacca, no entanto, minimizou o crescimento, afirmando que a força nessa variável se deveu ao aumento na comercialização de produtos importados. "Ou seja, isso não reflete a real situação da indústria, não indica que estamos fortes."

Em relação a agosto de 2010, o indicador subiu 3 por cento.

A Fiesp revisou o dado de julho para indicar crescimento de 0,6 por cento sobre junho, ante resultado anterior de alta de 0,3 por cento.

O indicador é composto pelos resultados apurados em seis variáveis: vendas, salários, emprego, nível de utilização da capacidade instalada, horas trabalhadas e horas pagas.

O nível de utilização da capacidade instalada na indústria ficou em 82,6 por cento no mês passado com ajuste sazonal, ante 82,6 por cento em julho e 82,6 por cento em agosto de 2010.

Entre os setores, destaque positivo para Minerais não-metálicos, que subiu 1,5 por cento com ajuste sazonal em agosto sobre julho. Outro destaque positivo é Metalurgia básica, que cresceu 1,2 por cento.

O setor de Celulose, papel e produtos de papel foi destaque negativo, com queda de 0,9 por cento em agosto, com ajuste.

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São Paulo - A atividade industrial paulista cresceu em agosto sobre julho, mas não o suficiente para mudar o "viés negativo" do setor para os próximos meses, avaliou nesta quinta-feira a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Segundo o diretor-adjunto do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da entidade, Walter Sacca, essa perspectiva fraca ainda é reflexo da fraqueza da indústria de transformação ao longo do ano, mas tem sido piorada pelo cenário externo, que se deteriorou rapidamente nos últimos meses.

"Ninguém pode desprezar o que está acontecendo no mundo. Isso vai ter consequências sobre o mercado brasileiro", afirmou.

Os mercados financeiros globais têm experimentado grande volatilidade recentemente, provocada sobretudo pelas tensões com a crise de dívida na zona do euro, em meio a temores de que a Grécia declare default.

Sacca também lembrou o efeito negativo do dólar baixo sobre a indústria, e ponderou que a alta da moeda norte-americana em setembro num primeiro momento é positiva, mas precisa ser olhada com atenção.

Nesta quinta-feira, a taxa de câmbio tinha leve queda, para 1,8280 real na venda. No mês, entretanto, o dólar acumula ganhos em torno de 15 por cento.

"Tudo tem seu lado bom e ruim. Claro que consideramos que o dólar a 1,80, 1,85 (real) está muito mais próximo de um equilíbrio, mas, olhando o cenário macroeconômico, nenhum movimento brusco é bom", afirmou.


O Sensor, uma pesquisa da Fiesp que visa medir o humor do empresário industrial no mês corrente, serve de mostra para a postura mais cautelosa desse grupo. A leitura de setembro ficou em 48,9 pontos, leve melhora em relação ao número de 48,5 pontos em agosto, mas ainda abaixo da marca de 50 pontos, o que mostra que os empresários seguem pessimistas.

Destaque negativo para o componente Estoque, que ficou em 38,1 pontos, menor patamar desde abril de 2009, quando esteve em 34,7 pontos. Quanto menor essa leitura, maior a quantidade de produtos estocados.

INA

O Indicador de Nível de Atividade (INA) avançou 0,8 por cento no mês passado contra o anterior, com ajuste sazonal, puxando pelo avanço de 2,6 por cento na variável total de vendas reais.

Sacca, no entanto, minimizou o crescimento, afirmando que a força nessa variável se deveu ao aumento na comercialização de produtos importados. "Ou seja, isso não reflete a real situação da indústria, não indica que estamos fortes."

Em relação a agosto de 2010, o indicador subiu 3 por cento.

A Fiesp revisou o dado de julho para indicar crescimento de 0,6 por cento sobre junho, ante resultado anterior de alta de 0,3 por cento.

O indicador é composto pelos resultados apurados em seis variáveis: vendas, salários, emprego, nível de utilização da capacidade instalada, horas trabalhadas e horas pagas.

O nível de utilização da capacidade instalada na indústria ficou em 82,6 por cento no mês passado com ajuste sazonal, ante 82,6 por cento em julho e 82,6 por cento em agosto de 2010.

Entre os setores, destaque positivo para Minerais não-metálicos, que subiu 1,5 por cento com ajuste sazonal em agosto sobre julho. Outro destaque positivo é Metalurgia básica, que cresceu 1,2 por cento.

O setor de Celulose, papel e produtos de papel foi destaque negativo, com queda de 0,9 por cento em agosto, com ajuste.

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