Economia

Indústria acumula queda de 1,1% no nível de emprego em 2006

Contratações aumentaram 0,5% em fevereiro na comparação com janeiro, mas o resultado está negativo no total do ano. Valor dos salários registrou alta de 0,8% no primeiro bimestre

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h59.

A indústria brasileira contratou mais em fevereiro do que em janeiro, mas a ligeira alta de 0,5% no nível de emprego não foi suficiente para impedir um resultado negativo no acumulado do ano. Os dois primeiros meses de 2006 registram decréscimo de 1,1% no número de ocupados no setor industrial, segundo dados de pesquisa realizada mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar de leve, o aumento do nível de emprego foi uma boa notícia para a indústria, que vinha registrando recuo no indicador há quatro meses. Frente ao mesmo mês de 2005, no entanto, fevereiro mostrou decréscimo de 0,8% no número de ocupados - a sexta taxa consecutiva nessa comparação.

Ainda contra fevereiro de 2005, o resultado do mês indicou redução do emprego em nove de 14 locais pesquisados. A pior contribuição veio do Rio Grande do Sul, com queda de 9%. Já a Região Norte e Nordeste, a que apontou crescimento mais forte, aumentou em 9,7% a quantidade de empregados no setor no período.

Entre as atividades, a situação mais crítica ficou com calçados e artigos de couro, que reduziu em 14,2% o total de funcionários. Alimentos e bebidas, por sua vez, foi o setor que ganhou mais empregados no mês, com alta de 8,8%.

No acumulado do bimestre, os mesmos ramos se mantêm nos extremos: o setor de calçados e artigos de couro é o que menos contratou, com queda de 14,6% no nível de emprego, enquanto o de alimentos e bebidas encabeça a lista de ocupação, com alta de 8,3%.

Salários

Ao contrário do nível de emprego, a folha de pagamento na indústria mostrou aumento em todas as comparações. Frente a janeiro, fevereiro registrou aumento de 2,4% nos salários. A alta foi menor contra os resultados de fevereiro de 2005 - avanço de 2,1% no mês de 2006 - e no acumulado do bimestre, de 0,8%.

Segundo o IBGE, o indicador de salários recebeu grande impacto da indústria extrativa, que registrou aumento no valor da folha de pagamento dos funcionários de 155% na comparação entre os meses de fevereiro deste ano e de 2005, e de 43% contra janeiro. O instituto explica que o resultado, chamado de "atípico", teve como causa "o pagamento de participação nos lucros e resultados em uma grande empresa", não especificada.

Outros oito setores, dos 18 analisados, também pagaram mais aos empregados no período, na comparação com janeiro. Entre eles, produtos químicos (11,3%) e meios de transporte (8,7%).

No acumulado do bimestre, a liderança também cabe à indústria extrativa, com avanço de 69,8% no indicador de salários.

Horas pagas

O número de horas pagas na indústria também teve alta em fevereiro na comparação com janeiro, registrando aumento de 2% depois de dois meses seguidos de recuo - nos quais o indicador acumulou um resultado negativo de 1,3%.

Frente a janeiro de 2005, no entanto, o IBGE apurou estabilidade no indicador. No bimestre, o resultado é uma queda acumulada de 0,4%.

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