Igualdade de gênero melhora competitividade, diz estudo chinês
Estudo de Jane Zhang, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, comparou alunas do Ensino Médio de três grupos étnicos
João Pedro Caleiro
Publicado em 13 de janeiro de 2019 às 08h00.
Última atualização em 13 de janeiro de 2019 às 08h00.
As mulheres são mais competitivas em igualdade de condições com os homens, segundo uma nova pesquisa que compara mulheres de vários grupos étnicos na região rural da China .
Ao comparar alunas do Ensino Médio de três grupos étnicos, Jane Zhang, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, concluiu que mulheres de grupos naturalmente iguais, ou de lugares nos quais políticas de governo elevaram seu status e autonomia, são mais competitivas.
O povo Mosuo soma apenas em torno de 50.000 pessoas e muitas vezes é chamado de “reino feminino” porque a sociedade é matrilinear. Essa cultura de igualdade de gênero faz com que não exista diferença competitiva entre eles e seus colegas da etnia Han, cuja estrutura social foi alterada por décadas de políticas governamentais destinadas a promover a igualdade de gênero.
Em comparação, as meninas do grupo étnico Yi, em sua maioria isentas da idade mínima de casamento, de controles de fertilidade e de outras reformas, mostraram uma natureza menos competitiva no estudo.
Essa competitividade pode mudar comportamentos no mercado de trabalho, onde as mulheres podem relutar a se candidatar a cargos ou a buscar promoções, segundo Zhang.
Como resultado, os governos precisam implementar reformas de políticas destinadas a mudar a cultura para reduzir a disparidade de gênero, argumentou.
“Se as mulheres têm uma inclinação competitiva menor, o que se demonstrou estar correlacionado com a obtenção de mais educação e de salários mais altos, então as mulheres podem ter um desempenho inferior, mesmo quando têm as mesmas alternativas que os homens e quando essas escolhas são feitas livremente”, escreveu Zhang.