Economia

IBC-Br indica aceleração do PIB no 2º semestre, diz Goldman

Diretor estima que a economia deve avançar 0,9% entre abril e junho, além do 0,6% registrado entre janeiro e março


	Goldman Sachs: a alta de 0,84% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de abril ante março indica que o PIB deve registrar uma aceleração no segundo trimestre
 (Brendan McDermid/Reuters)

Goldman Sachs: a alta de 0,84% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de abril ante março indica que o PIB deve registrar uma aceleração no segundo trimestre (Brendan McDermid/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2013 às 10h07.

São Paulo - O diretor de pesquisas para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que a alta de 0,84% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de abril ante março indica que o Produto Interno Bruto (PIB) deve registrar uma aceleração no segundo trimestre, na margem.

Ramos estima que a economia deve avançar 0,9% entre abril e junho, além do 0,6% registrado entre janeiro e março.

"Essa expansão do ritmo é positiva, pois está acima do PIB potencial do País, em ritmo anualizado", comentou. De acordo com o Banco Central, a marca máxima de incremento do Produto Interno Bruto sem provocar alta excessiva da inflação é de 3,1%. E o PIB do segundo trimestre indicaria uma elevação de 3,64%, caso a velocidade projetada pelo economista fosse mantida por quatro trimestres seguidos.

De acordo com Ramos, no entanto, o IBC-Br deve indicar um resultado menor em maio, em função da alta probabilidade de números menos favoráveis para a produção industrial e vendas de varejo.

Ele destaca que esse movimento oscilante é uma das características de dados de alta frequência, especialmente os relativos à atividade, pois dificilmente se mantém constantes de um mês para outro.

"O PIB no segundo semestre pode apresentar um ritmo médio de expansão entre 0,75% e 0,85%, em função de alguns fatores: um deles é uma contribuição menos favorável da agricultura, que já apresentou um desempenho muito bom no primeiro trimestre", destacou Ramos.


Um outro elemento relevante é a ação da política monetária pelo Banco Central, que deverá provocar um ímpeto menor do avanço do consumo. "Além disso, há também a própria inflação que deve corroer o poder de compra da população, especialmente porque o IPCA deve se manter persistente num patamar muito próximo de 6%, no acumulado em 12 meses, até o final do ano", destacou.

Em função dessas projeções, Ramos indica que o PIB poderá registrar uma alta ao redor de 2,5% neste ano. "O que chama a atenção é que o País estará crescendo abaixo do potencial por três anos seguidos. E isso é uma indicação das escolhas de gestão de política macroeconômica", ponderou.

Ramos afirmou ainda que o IBC-Br pode estar "superavaliando" a variação do nível de atividade nos últimos três ou quatro trimestres. No terceiro trimestre do ano passado, muitos especialistas ponderaram que o PIB deveria crescer por volta de 1,2,%, na margem, com base em alguns indicadores, sobretudo o IBC-Br. O produto interno bruto, contudo, avançou 0,3%, depois de revisões realizadas pelo IBGE.

"Uma das hipóteses que podem estar provocando este fato é uma possível consideração muito focalizada na demanda interna. E também pode estar ocorrendo uma menor capacidade de captação de elementos externos, como um movimento de queda das exportações", destacou.

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