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Higiene e alimentos pressionam inflação dos mais pobres em dezembro, diz Ipea

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que a inflação de dezembro foi de 0,71% para o segmento de renda muito baixa e de 0,50% para o grupo de renda alta

IPCA: O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo IPCA (Leandro Fonseca/Exame)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de janeiro de 2023 às 15h14.

As famílias de renda muito baixa sentiram mais o aumento nos preços da economia em dezembro do que as de renda alta, especialmente pelo aumento de gastos com produtos de higiene pessoal e alimentos, informou nesta quinta-feira, 12, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que a inflação de dezembro foi de 0,71% para o segmento de renda muito baixa e de 0,50% para o grupo de renda alta.

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"No caso do grupo saúde e cuidados pessoais, enquanto o principal foco de pressão para as classes de renda mais baixa foi o aumento de 3,7% dos produtos de higiene pessoal, para as famílias de renda alta pesou, sobretudo, o reajuste de 1,2% dos planos de saúde. Já em relação aos alimentos, mesmo diante da deflação de leite e derivados (-1,7%) e das frutas (-1,6%), as altas dos cereais (4,5%), dos tubérculos (5,7%) e dos farináceos (1,4%) geraram um forte impacto sobre a inflação em dezembro, sobretudo das classes de renda mais baixa. Por certo, para o segmento de renda alta, ao contrário do verificado nas demais faixas de renda, a segunda maior contribuição à inflação em dezembro não veio do grupo alimentos e bebidas, mas do grupo despesas pessoais, repercutindo os reajustes de 0,8% dos bens e serviços de recreação", apontou a técnica Maria Andreia Parente Lameiras na Carta de Conjuntura do Ipea.

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Com o resultado, a inflação acumulada no ano de 2022 alcançou 6 83% na faixa de renda alta, e ficou em 6,35% na faixa de renda muito baixa.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e usado pelo Ipea para fazer o cálculo da inflação por faixa de renda, acelerou de 0,41% em novembro para 0,62% em dezembro. A taxa acumulada em 2022 foi de 5,78%, ante 10,06% em 2021.

"Com a incorporação deste resultado, no acumulado de 2022, todas as faixas de renda apresentaram significativa desaceleração da inflação em relação ao observado no ano anterior. De acordo com o indicador, em 2022, as famílias de renda média baixa apresentaram a menor alta inflacionária (5,59%) e o segmento de renda alta foi o que apontou a taxa mais elevada no período (6 83%)", completou Maria Andreia.

O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo IPCA. Os grupos vão desde uma renda familiar menor que R$ 1.726,01 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 17.260,14, no caso da renda mais alta.

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