Guedes confirma extensão do auxílio emergencial de R$ 600 por dois meses
Segundo ele, o anúncio será feito ainda hoje pelo presidente Jair Bolsonaro. A extensão no mesmo valor pode ser feita por decreto
João Pedro Caleiro
Publicado em 30 de junho de 2020 às 10h53.
Última atualização em 30 de junho de 2020 às 17h53.
O ministro da Economia, Paulo Guedes , informou nesta terça-feira (30) que o auxílio emergencial será estendido por mais dois meses no valor de 600 reais.
A confirmação foi feita para a CNN Brasil. Guedes depois mencionou a extensão, mas sem especificar o valor ou período, em audiência pública da comissão mista do Congresso Nacional que acompanha a situação fiscal e a execução das medidas do governo federal contra o coronavírus.
Segundo ele, o anúncio será feito pelo presidente Jair Bolsonaro em cerimônia marcada para as 16 horas. A extensão no mesmo valor não exige uma nova legislação e pode ser feita por decreto. Antes, a ideia do governo era estender o auxílio em parcelas decrescentes, mas houve resistência do Congresso.
O ministro reconheceu que o déficit primário deste ano provavelmente passará de 15% do Produto Interno Bruto (PIB), e também afirmou ter receio de que a dívida bruta passe de 100% do PIB.
Por outro lado, o ministro afirmou que, após um "total colapso" em abril, a arrecadação em maio subiu dois dígitos em relação ao mês anterior e avançou ainda mais rápido na primeira quinzena de junho.
Guedes também afirmou que o secretário especial de Receita, José Tostes Neto, lhe relatou na véspera que a arrecadação deste mês já supera a observada no mesmo mês do ano passado.
Futuro
Guedes prometeu que em dois ou três meses devem ser anunciados o novo programa Renda Brasil, que deve unificar programas sociais, e o Verde Amarelo, ideia que data da campanha de reduzir encargos trabalhistas para estimular a contratação de jovens.
O ministro voltou a afirmar que neste período, dos próximos 90 dias, o Brasil vai "surpreender o mundo" pois vai "retomar reformas e crescimento antes do que a maioria dos analistas está prevendo".
Ele fez um apelo para que o Congresso aprove novos marcos regulatórios para cabotagem, setor elétrico e petróleo, rumo à mudança do regime de partilha para concessão. Segundo o ministro, essas mudanças irão destravar juridicamente as fronteiras de investimento.
Recentemente, o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou de 5,3% para 9,1% a sua projeção para a queda do PIB no Brasil neste ano, um dos piores números entre os emergentes.
Economistas destacam que uma retomada robusta da atividade é indissociável do controle da pandemia, que segue em ascensão no Brasil, segundo lugar mundial em número de casos e mortes.
Guedes admitiu dificuldades em alguns quesitos, como em fazer com que os programas de crédito chegassem na ponta. Apenas 16% das pequenas empresas que procuraram crédito conseguiram, de acordo com pesquisa recente do Sebrae com a FGV.
"O desempenho nessa front de crédito foi muito difícil", disse Guedes. "Mesmo expandindo crédito como expandimos, a verdade é que continuou insuficiente".
Veja o vídeo completo:
(Com Reuters)