Grécia e credores discutem os detalhes para chegar a acordo
O país e seus credores começaram 48 horas de intensas negociações para elaborar o acordo que evite uma suspensão dos pagamento da Grécia
Da Redação
Publicado em 23 de junho de 2015 às 22h55.
A Grécia e seus credores iniciaram nesta terça-feira 48 horas de intensas negociações para elaborar o esperado acordo que evite uma perigosa suspensão dos pagamentos de Atenas no dia 30 de junho.
Este desenlace, atingido depois de cinco meses de negociações infrutíferas, foi alcançado na segunda-feira depois que Atenas apresentou um pacote de reformas e ajustes a seus sócios da zona do euro, que se reuniram em caráter extraordinário em Bruxelas.
Os chefes de Estado e de governo dos 19 países-membros da zona do euro , reunidos após um encontro de seus ministros da Economia em Bruxelas, aceitaram estas propostas como base e as aplaudiram como "um passo adiante positivo" em relação a um acordo nesta semana.
As negociações técnicas começaram em Bruxelas.
"Estou convencido de que vamos chegar a um acordo", disse o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, nesta terça-feira em declaração a uma rádio francesa, agregando que "os parâmetros do acordo estão sendo elaborados".
"Precisamos de um acordo até o final da semana e estamos muito perto; as próximas 48 horas serão decisivas", disse o porta-voz do executivo grego, Gabriel Sakellaridis.
O pacote de medidas de Atenas, esperado pelas instituições credoras -a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional- para dar o aval ao desbloqueio dos 7,2 bilhões de euros necessários para pagar ao FMI em 30 de junho, inclui numerosas concessões fiscais e a reforma do sistema de aposentadorias.
No entanto, até a conclusão de um acordo e do desbloqueio do dinheiro que a Grécia precisa, o processo será muito trabalhoso e sob a pressão da queda dos depósitos nos bancos gregos.
Os negociadores gregos deverão acordar com as instituições todos os detalhes técnicos, antes de apresentá-los aos ministros da Economia da zona do euro que se reunirão na quarta-feira.
Se tudo der certo, esse texto será apresentado na cúpula da UE prevista na quinta e na sexta-feira em Bruxelas, para que os chefes de Estado e de governo deem seu beneplácito.
Imediatamente, o texto deverá ser ratificado pelos parlamentos nacionais, entre eles o grego e o alemão, de modo que no dia 30 de junho Atenas tenha dinheiro para pagar os cerca de 1,5 bilhão de euros que deve ao FMI.
Governo grego em posição difícil
A aprovação do acordo, que alguns já criticam na Grécia, anuncia-se complicada no Parlamento do país, onde o partido de esquerda Syriza e seus aliados da direita soberanista têm uma maioria de 162 deputados, de 300.
O partido do primeiro-ministro Alexis Tsipras elegeu-se prometendo o fim da austeridade imposta pelos credores desde 2010, mas nas propostas apresentadas na segunda-feira foram feitas numerosas concessões, como uma política fiscal mais rigorosa e o fim das pré-aposentadorias a partir de 2016.
Nesta terça-feira, o próprio porta-voz do executivo, Gabriel Sakellaridis, advertiu que o governo arrisca sua sobrevivência.
"Se o acordo não receber a aprovação dos deputados da maioria governamental, o governo não poderá continuar", declarou à rede de comunicação Mega.
Tsipras se reunirá na quarta-feira em Bruxelas com os representantes de seus credores, Jean-Claude Juncker, Mario Draghi e Christine Lagarde, respectivamente da UE, do BCE e do FMI, anunciou nesta terça-feira uma fonte do governo grego.
Durante a tarde haverá uma reunião dos ministros da Economia da zona do euro (Eurogrupo), prevista em Bruxelas, para avaliar as propostas gregas antes da cúpula crucial que discutirá a dívida grega.
Sakellaridis incidiu na necessidade de abordar a reestruturação da dívida, como tem sido pedido pela Grécia. Os dirigentes europeus, e em particular a chanceler alemã Angela Merkel, mostraram-se especialmente evasivos na segunda-feira.
"O primeiro-ministro colocou sobre a mesa a questão da solução da dívida", que neste ano deve chegar a 180% do PIB, disse Sakellaridis.
A dívida grega, considerada insustentável, é uma das principais reclamações de Atenas. "Não se pode descartar que o governo grego retire suas concessões se não forem feitas promessas sobre uma futura reestruturação", avaliou Jennifer McKeown, economista da Capital Economics.
A Grécia e seus credores iniciaram nesta terça-feira 48 horas de intensas negociações para elaborar o esperado acordo que evite uma perigosa suspensão dos pagamentos de Atenas no dia 30 de junho.
Este desenlace, atingido depois de cinco meses de negociações infrutíferas, foi alcançado na segunda-feira depois que Atenas apresentou um pacote de reformas e ajustes a seus sócios da zona do euro, que se reuniram em caráter extraordinário em Bruxelas.
Os chefes de Estado e de governo dos 19 países-membros da zona do euro , reunidos após um encontro de seus ministros da Economia em Bruxelas, aceitaram estas propostas como base e as aplaudiram como "um passo adiante positivo" em relação a um acordo nesta semana.
As negociações técnicas começaram em Bruxelas.
"Estou convencido de que vamos chegar a um acordo", disse o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, nesta terça-feira em declaração a uma rádio francesa, agregando que "os parâmetros do acordo estão sendo elaborados".
"Precisamos de um acordo até o final da semana e estamos muito perto; as próximas 48 horas serão decisivas", disse o porta-voz do executivo grego, Gabriel Sakellaridis.
O pacote de medidas de Atenas, esperado pelas instituições credoras -a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional- para dar o aval ao desbloqueio dos 7,2 bilhões de euros necessários para pagar ao FMI em 30 de junho, inclui numerosas concessões fiscais e a reforma do sistema de aposentadorias.
No entanto, até a conclusão de um acordo e do desbloqueio do dinheiro que a Grécia precisa, o processo será muito trabalhoso e sob a pressão da queda dos depósitos nos bancos gregos.
Os negociadores gregos deverão acordar com as instituições todos os detalhes técnicos, antes de apresentá-los aos ministros da Economia da zona do euro que se reunirão na quarta-feira.
Se tudo der certo, esse texto será apresentado na cúpula da UE prevista na quinta e na sexta-feira em Bruxelas, para que os chefes de Estado e de governo deem seu beneplácito.
Imediatamente, o texto deverá ser ratificado pelos parlamentos nacionais, entre eles o grego e o alemão, de modo que no dia 30 de junho Atenas tenha dinheiro para pagar os cerca de 1,5 bilhão de euros que deve ao FMI.
Governo grego em posição difícil
A aprovação do acordo, que alguns já criticam na Grécia, anuncia-se complicada no Parlamento do país, onde o partido de esquerda Syriza e seus aliados da direita soberanista têm uma maioria de 162 deputados, de 300.
O partido do primeiro-ministro Alexis Tsipras elegeu-se prometendo o fim da austeridade imposta pelos credores desde 2010, mas nas propostas apresentadas na segunda-feira foram feitas numerosas concessões, como uma política fiscal mais rigorosa e o fim das pré-aposentadorias a partir de 2016.
Nesta terça-feira, o próprio porta-voz do executivo, Gabriel Sakellaridis, advertiu que o governo arrisca sua sobrevivência.
"Se o acordo não receber a aprovação dos deputados da maioria governamental, o governo não poderá continuar", declarou à rede de comunicação Mega.
Tsipras se reunirá na quarta-feira em Bruxelas com os representantes de seus credores, Jean-Claude Juncker, Mario Draghi e Christine Lagarde, respectivamente da UE, do BCE e do FMI, anunciou nesta terça-feira uma fonte do governo grego.
Durante a tarde haverá uma reunião dos ministros da Economia da zona do euro (Eurogrupo), prevista em Bruxelas, para avaliar as propostas gregas antes da cúpula crucial que discutirá a dívida grega.
Sakellaridis incidiu na necessidade de abordar a reestruturação da dívida, como tem sido pedido pela Grécia. Os dirigentes europeus, e em particular a chanceler alemã Angela Merkel, mostraram-se especialmente evasivos na segunda-feira.
"O primeiro-ministro colocou sobre a mesa a questão da solução da dívida", que neste ano deve chegar a 180% do PIB, disse Sakellaridis.
A dívida grega, considerada insustentável, é uma das principais reclamações de Atenas. "Não se pode descartar que o governo grego retire suas concessões se não forem feitas promessas sobre uma futura reestruturação", avaliou Jennifer McKeown, economista da Capital Economics.