Economia

Gradual Investimentos reduz previsão para o PIB

Dados recentes da indústria e do varejo indicam desaceleração da economia brasileira

Aperto monetário poderá ser menor, diz Gradual Investimentos (.)

Aperto monetário poderá ser menor, diz Gradual Investimentos (.)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2010 às 09h11.

São Paulo - Os últimos indicadores da indústria e do varejo mostram um processo de desaceleração da economia brasileira. No mercado financeiro, ninguém acredita que o crescimento de 9% no primeiro trimestre em relação a igual período do ano passado possa se repetir nos próximos trimestres. Nesse contexto, a Gradual Investimentos reduziu de 7,2% para 6,9% a previsão para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

Os economistas da corretora explicam que a mudança de 0,3 ponto percentual, embora pequena, é importante. "A diretoria do Banco Central sempre sinalizou que vê com atenção redobrada alguns indicadores de nível de atividade para construir sua estratégia na condução da política monetária", diz relatório da Gradual divulgado nesta quarta-feira (14).

Não existe um consenso sobre o melhor método estatístico para o cálculo do chamado PIB potencial, índice máximo que uma economia pode crescer sem pressionar a inflação. No entanto, os analistas concordam que uma alta de 9% está muito acima das possibilidades do Brasil. A boa notícia, segundo a Gradual Investimentos, é que, sob a metodologia chamada Filtro Hodrick-Prescott, "o hiato do produto (a diferença entre o PIB e seu Potencial) do Brasil irá fechar no fim de 2010, e não mais no 2º trimestre de 2011".

Sendo assim, diz o relatório, "fatalmente o Banco Central não terá que apertar muito mais a ponta da Selic para desacelerar a economia e atingir seu objetivo de domesticar o nível de preços ao consumidor à um patamar civilizado".

A Gradual Investimentos projeta uma alta de 0,75 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana que vem, e apenas mais uma elevação de 0,5 ponto percentual em setembro. Com isso, a Selic encerraria o ano em 11,50%.

O boletim Focus do Banco Central, que traz a mediana das expectativas de cerca de cem instituições, projeta alta de 7,2% para o PIB neste ano e Selic em 12% em dezembro.

Evolução recente das projeções para o PIB/1005/05/201001/06/201014/06/201014/07/2010
Gradual Investimentospassou de 5,4% para 6%passou de 6% para 6,5%passou de 6,5% para 7,2%passou de 7,2% para 6,9%
Fonte: Gradual Investimentos | Elaboração: EXAME.com

 

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCopomCrescimento econômicoDesenvolvimento econômicoEstatísticasIndicadores econômicosJurosMercado financeiroPIBSelic

Mais de Economia

Haddad: pacote de corte de gastos será divulgado após reunião de segunda com Lula

“Estamos estudando outra forma de financiar o mercado imobiliário”, diz diretor do Banco Central

Reunião de Lula e Haddad será com atacado e varejo e não deve tratar de pacote de corte de gastos

Arrecadação federal soma R$ 248 bilhões em outubro e bate recorde para o mês