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Governo vende US$ 1 bi em títulos públicos no exterior

A primeira emissão de títulos do novo governo foi concluída com sucesso nesta terça-feira. Segundo fontes do mercado, foram colocados 1 bilhão de dólares em títulos da dívida pública, com taxa de 10,7% ao ano, prazo de quatro anos e com cupom de 10% ao ano. A demanda superou as expectativas , disse Fábio Akira, […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h39.

A primeira emissão de títulos do novo governo foi concluída com sucesso nesta terça-feira. Segundo fontes do mercado, foram colocados 1 bilhão de dólares em títulos da dívida pública, com taxa de 10,7% ao ano, prazo de quatro anos e com cupom de 10% ao ano. A demanda superou as expectativas , disse Fábio Akira, economista do JP Morgan. Os papéis contém cláusula de ação coletiva (contra calotes) e a operação foi conduzida pelos bancos Merril Lynch e UBS Warburg.

A primeira emissão repercutiu positivamente no mercado ao longo de todo o dia. O dólar fechou em queda de 1,59%, a 2,915 reais. O risco-país recuou 2,30%, atingindo o patamar dos 850 pontos.

Na avaliação de Akira, o mercado financeiro foi do divórcio ao noivado com o Brasil nos últimos seis meses na medida em que percebeu a intenção do atual governo em não enveredar por políticas heterodoxas, capazes de ameaçar a estabilidade econômica interna. O governo tem brigado com suas próprias raízes para não alterar a política macroeconômica e promover as reformas , diz. Num cenário estável como esse, o mercado não podia ignorar os altos prêmios pagos pelos papéis do Brasil.

A emissão fechada hoje no mercado internacional está pagando um spread de 7,83% ao ano - ou 783 pontos base - acima dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os mais líquidos. Isso significa que enquanto um título brasileiro oferece 10% de juros, o título americano, com características parecidas, paga 2%. Na última emissão de títulos brasileiros, realizada em abril do ano passado, a diferença foi de 719 pontos base. A novidade na emissão de hoje foi o prazo: quatro anos, contra oito do último lançamento.

O fortalecimento da imagem do país junto ao mercado financeiro - que decide o fluxo do capital de curto prazo - tende também a contribuir na recuperação dos investidores de longo prazo. O economista do JP Morgan, no entanto, não acredita na permanência da valorização do Real nos próximos meses. O BC deve fazer uma intervenção positiva no câmbio , diz. O bom desempenho das exportações e seus efeitos sobre o Balanço de Pagamentos - foi um dos itens que fortaleceu a credibilidade do Brasil e o governo deve tentar manter o superávit nas exportações.

A intervenção do BC já teria começado de forma branda. Entre ontem e hoje, o governo rolou 1,347 bilhão de dólares em papéis cambiais 88,5% do total de uma dívida que vence em 7 de maio. Não há prazo para a rolagem do restante. Akira projeta novas intervenções do gênero e acredita que o dólar deve encontrar seu equilíbrio em 3,50 reais até o final do ano.

Nota melhor na S & P

Acompanhando a tendência positiva do dia, a agência de classificação de risco Standard & Poors (S&P) alterou de negativa para estáveis duas notas do Brasil: a nota de crédito da dívida pública brasileira de longo prazo, em moeda local e moeda estrangeira; e a perspectiva de crédito soberano em escala nacional. As demais notas foram mantidas. A perspectiva reflete os recentes progressos registrados e a perspectiva de um maior fortalecimento da posição fiscal do Brasil , disse a analista de crédito Lisa Schineller. A agência considerou o fato de a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), apresentada ao Congresso em 15 de abril, estender a meta de superávit primário de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2004.

A qualidade do ajuste fiscal em andamento e uma queda sustentada da carga da dívida estão apoiadas no compromisso do governo em aprovar as reformas fiscais e da Previdência, que serão apresentadas ao Congresso em 30 de abril de 2003 , diz o texto da nota. A Standard & Poor s espera que essas importantes reformas sejam legisladas, refletindo um amplo reconhecimento político, necessário para se garantir a viabilidade fiscal do Brasil no longo prazo.

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