Governo argentino busca apoio no Senado para expropriar YPF
Os debates para aprovação definitiva da nacionalização da empresa poderão demorar mais de dez horas e se estender até a noite de hoje
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2012 às 18h42.
Buenos Aires - O governo argentino buscou nesta quarta-feira apoio no Senado para avançar na aprovação do projeto de lei de expropriação da companhia petrolífera YPF , do grupo espanhol Repsol, que está sendo discutido nesta casa.
Os debates para aprovação definitiva da nacionalização da empresa poderão demorar mais de dez horas e se estender até a noite de hoje.
A oposição no Senado aproveitou a ocasião para criticar a política energética da presidente do país, Cristina Kirchner, e questionar a nomeação do ministro do Planejamento, Julio de Vido, como chefe da equipe de interventores da YPF.
O governo conquistou o apoio de radicais, peronistas dissidentes e até do ex-presidente Carlos Menem, que apesar de durante seu mandato ter privatizado a YPF, defendeu a nacionalização.
O projeto declarou de utilidade pública e sujeito à expropriação 51% das ações de YPF de propriedade de Repsol, que controla 57,43% da companhia petrolífera.
A iniciativa, enviada ao Parlamento em 16 de abril, mesmo dia em que a presidente decretou a intervenção, também prevê a expropriação das ações da YPF Gás.
A nacionalização da YPF é um ato "derivado de uma conseqüente e imperiosa necessidade de concretizar em matéria energética a reversão fundamental de paradigmas que caracterizaram o neoliberalismo", disse durante o debate o governista Marcelo Fuentes, presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais do Senado.
Já a opositora María Eugenia Estenssoro, da Coalizão Cívica, decidiu se abster da votação após denunciar que "o golpe de misericórdia" para a companhia petrolífera foi dado por Menem, com a privatização "aplaudida" por grande parte dos dirigentes do país, inclusive o ex-presidente Néstor Kirchner, morto em 2010.
"Não podemos consertar esse grave erro com outro ato de corrupção", criticou María Eugenia, para quem "culpar a gestão de Repsol pela maior crise petrolífera de nossa história é uma simplificação e uma armadilha".
A senadora questionou um modelo de "hiperconcentração de riqueza e poder" e criticou a nomeação de Julio de Vido à frente da intervenção da YPF, pois "pesam sobre suas costas" problemas como o acidente de trem que causou recentemente a morte de 51 pessoas em Buenos Aires e o colapso da produção petrolífera.
Enquanto os senadores debatiam a nacionalização da maior empresa argentina, a Repsol afirmou num anúncio publicado na imprensa local que não é verdade que a YPF reduziu sua "produção de petróleo e gás mais do que o resto das companhias" que operam na Argentina, e sustentou que investiu mais de US$ 20 bilhões desde que comprou a maior parte das ações empresa, em 1999.
Os interventores da YPF, liderados por De Vido e o vice-ministro de Economia, Axel Kicillof, refutaram os dados apresentados pela Repsol e afirmaram que o valor líquido investido nestes 13 anos pelo grupo foi de US$ 3,669 bilhões.
Além disso, os dois se reuniram hoje com José Ignacio Mendiguren, presidente da União Industrial Argentina, a maior patronal do país, com o objetivo de aumentar a presença da indústria nacional entre os provedores da empresa, segundo um comunicado oficial.
Buenos Aires - O governo argentino buscou nesta quarta-feira apoio no Senado para avançar na aprovação do projeto de lei de expropriação da companhia petrolífera YPF , do grupo espanhol Repsol, que está sendo discutido nesta casa.
Os debates para aprovação definitiva da nacionalização da empresa poderão demorar mais de dez horas e se estender até a noite de hoje.
A oposição no Senado aproveitou a ocasião para criticar a política energética da presidente do país, Cristina Kirchner, e questionar a nomeação do ministro do Planejamento, Julio de Vido, como chefe da equipe de interventores da YPF.
O governo conquistou o apoio de radicais, peronistas dissidentes e até do ex-presidente Carlos Menem, que apesar de durante seu mandato ter privatizado a YPF, defendeu a nacionalização.
O projeto declarou de utilidade pública e sujeito à expropriação 51% das ações de YPF de propriedade de Repsol, que controla 57,43% da companhia petrolífera.
A iniciativa, enviada ao Parlamento em 16 de abril, mesmo dia em que a presidente decretou a intervenção, também prevê a expropriação das ações da YPF Gás.
A nacionalização da YPF é um ato "derivado de uma conseqüente e imperiosa necessidade de concretizar em matéria energética a reversão fundamental de paradigmas que caracterizaram o neoliberalismo", disse durante o debate o governista Marcelo Fuentes, presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais do Senado.
Já a opositora María Eugenia Estenssoro, da Coalizão Cívica, decidiu se abster da votação após denunciar que "o golpe de misericórdia" para a companhia petrolífera foi dado por Menem, com a privatização "aplaudida" por grande parte dos dirigentes do país, inclusive o ex-presidente Néstor Kirchner, morto em 2010.
"Não podemos consertar esse grave erro com outro ato de corrupção", criticou María Eugenia, para quem "culpar a gestão de Repsol pela maior crise petrolífera de nossa história é uma simplificação e uma armadilha".
A senadora questionou um modelo de "hiperconcentração de riqueza e poder" e criticou a nomeação de Julio de Vido à frente da intervenção da YPF, pois "pesam sobre suas costas" problemas como o acidente de trem que causou recentemente a morte de 51 pessoas em Buenos Aires e o colapso da produção petrolífera.
Enquanto os senadores debatiam a nacionalização da maior empresa argentina, a Repsol afirmou num anúncio publicado na imprensa local que não é verdade que a YPF reduziu sua "produção de petróleo e gás mais do que o resto das companhias" que operam na Argentina, e sustentou que investiu mais de US$ 20 bilhões desde que comprou a maior parte das ações empresa, em 1999.
Os interventores da YPF, liderados por De Vido e o vice-ministro de Economia, Axel Kicillof, refutaram os dados apresentados pela Repsol e afirmaram que o valor líquido investido nestes 13 anos pelo grupo foi de US$ 3,669 bilhões.
Além disso, os dois se reuniram hoje com José Ignacio Mendiguren, presidente da União Industrial Argentina, a maior patronal do país, com o objetivo de aumentar a presença da indústria nacional entre os provedores da empresa, segundo um comunicado oficial.