Economia

Ganhos de empregos nos EUA pode levar Fed a reduzir estímulo

Início do fim do enorme programa de compra de títulos pode acontecer antes do que muitos investidores acreditam


	Presidente do FED, Ben Bernanke: chairman e outras autoridades tem destacado cada vez mais que qualquer mudança no ritmo não sinalizará o fim do estímulo monetário
 (Mark Wilson/Getty Images)

Presidente do FED, Ben Bernanke: chairman e outras autoridades tem destacado cada vez mais que qualquer mudança no ritmo não sinalizará o fim do estímulo monetário (Mark Wilson/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2013 às 13h54.

O início do fim do enorme programa de compra de títulos do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, pode acontecer antes do que muitos investidores acreditam caso os recentes ganhos no mercado de trabalho norte-americano não se provarem passageiros.

Muito irá depender de como os dados econômicos, que deram sinais mistos para as perspectivas de crescimento, irão se mostrar nos próximos meses. Relatórios sobre o mercado de trabalho em particular serão de grande ajuda para o Fed determinar se o momento é certo para diminuir o ritmo das compras mensais de 85 bilhões de dólares.

A melhora notável no mercado de trabalho desde que o banco central dos Estados Unidos começou a terceira rodada de "quantitative easing", ou "QE3", ampliou o espaço para pedidos de algumas autoridades para diminuir o estímulo.

O salto de cerca de 50 por cento na criação mensal de empregos desde que o programa começou ganhou até mesmo apoio renovado de centristras, levantando pelo menos alguma chance de o Fed diminuir seu programa de compras já no mês que vem.

"Nós podemos reduzir de alguma forma o ritmo de nossas compras de ativos, talvez já neste verão (do hemisfério norte)", afirmou o presidente do Fed de São Francisco, John Williams, na quinta-feira, acrescentando que em sua visão o verão começa em meados de junho.

O banco central se reúne novamente para debater a política monetária em 18 e 19 de junho.


O balanço patrimonial do Fed aumentou para cerca de 3,3 trilhões de dólares e autoridades têm debatido se isso apresenta o risco de acender a inflação ou explodir bolhas de ativos, mesmo que eles tenham o objetivo de ajudar a fraca recuperação econômica do país.

O chairman do Fed, Ben Bernanke, e outras autoridades do banco tem destacado cada vez mais que qualquer mudança no ritmo do QE3 não sinalizará o fim do estímulo monetário, e que eles podem continuar o programa por um tempo a um nível menor ou até mesmo aumentá-lo novamente se for necessário.

A maioria dos economistas não espera uma diminuição das compras de títulos até perto do final do ano, em parte por causa de leituras fracas de inflação.

Mas as declarações de Williams provocaram uma queda nas ações e uma recuperação do dólar, com a divisa avançando ainda mais na sexta-feira, à medida que investidores se preparavam para uma diminuição do estímulo.

"Parece que muitas autoridades do Fed estão ficando cada vez mais desconfortáveis com as compras mensais de 85 bilhões de dólares em que eles se encontram", afirmou a economista do Credit Suisse em Nova York Dana Saporta.

Ainda assim, Saporta não espera o primeiro ajuste nas compras antes de setembro, apesar de ela não descartar uma ação em junho.

"Eu realmente acredito que eles estão preocupados que quanto mais eles mantiverem o ritmo de 85 bilhões de dólares, mais exagerada ou adversa será a reação do mercado quando a hora de fazer um ajuste finalmente chegar", disse ela. "Quanto mais flexível e variados eles forem, menos exageradas podem ser as reações do mercado", emendou.

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