Economia

Furlan vê pontos positivos, mas Amorim é crítico na OMC

Mesmo que não haja grandes avanços nas negociações da quinta Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Cancún, no México, o Brasil sairá fortalecido, avalia o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan. Para ele, o Brasil desponta como um dos principais representantes dos países em desenvolvimento e vem sendo encarado como voz legítima […]

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2011 às 21h01.

Mesmo que não haja grandes avanços nas negociações da quinta Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Cancún, no México, o Brasil sairá fortalecido, avalia o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan. Para ele, o Brasil desponta como um dos principais representantes dos países em desenvolvimento e vem sendo encarado como voz legítima no G-21, grupo de nações que pedem por melhores condições nas negociações agrícolas. "Estamos participando na liga principal. Hoje, o Brasil e os demais aliados disputam espaço com os principais negociadores, como Estados Unidos e União Européia", disse.

Em entrevista à Agência Brasil, Furlan afirmou estar moderadamente otimista. O nosso ânimo continua, sabemos que a negociação de Doha não termina aqui em Cancún. Vai haver novas reuniões que devem ser concluídas em aproximadamente um ano e meio , disse. "Vamos ter quantas reuniões forem necessárias para que, ao final da declaração de Cancún, o nosso grupo não tenha a sensação de estar perdendo". Atualmente, o G-21 responde por mais da metade da população mundial e por mais de 60% da produção agrícola do planeta.

Já o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, foi mais duro. Em seu discurso de abertura, o ministro disse que "a Organização Mundial do Comércio corre o risco de se tornar irrelevante", se a conferência não produzir resultados no caso da liberalização agrícola e de impulsionar o desenvolvimento. Amorim afirmou que "o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está totalmente comprometido com a justiça social". "Nós queremos fazer do comércio e da liberalização comercial instrumentos de mudança social. O comércio tem que ser uma ferramenta não apenas para criar riqueza, mas também para distribuí-la, de maneira mais eqüitativa", disse.

Após esse discurso duro, Amorim tentou amenizar nas tintas. O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota da delegação brasileira defendendo avanços nas negociações multilaterais sem conflitos diretos. "Torna-se ainda mais importante, neste momento, concentrar nossos esforços em tentativas de negociação e não voltar nossas energias para ataques a países ou a grupo de países", afirmou o Itamaraty.

A declaração oficial foi divulgada depois de representantes do G21 -grupo liderado pelo Brasil- terem rejeitado algumas das propostas da União Européia (UE) e dos Estados Unidos. Faltando dois dias para o término das negociações em Cancun, a nota reforçou também a necessidade de avanços no comércio agrícola mundial. "O Brasil está comprometido a trabalhar com vistas à conclusão bem-sucedida da reunião de Cancún, em consonância com o mandato de Doha, que, em relação à agricultura, deveria conduzir a ampla reforma do comércio agrícola", diz o documento.

Acordo fechado
O único acordo que a reunião já fechou no México, o de patentes de medicamentos, está sendo amplamente criticado por ONGs e vários países, como os africanos. Na opinião destes países, a complexidade da regulamentação que prevê o acordo, apoiado pelo Brasil, dificultará a importação de genéricos.

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