Fraqueza de mercados emergentes pode estar apenas começando
Desaceleração na China e o impacto global da redução no estímulo monetário dos Estados Unidos têm sido particularmente punitivos nas economias emergentes
Da Redação
Publicado em 27 de janeiro de 2014 às 10h57.
Londres - A fuga de investidores dos outrora pulsantes mercados emergentes nos quais haviam injetado capitais no valor de 7 trilhões de dólares pode ter apenas começado.
São principalmente investidores do varejo que fizeram as malas e saíram. Se e quando grandes empresas institucionais tomarem parte no movimento, existe o risco de saída de capital no atacado.
Sinais de desaceleração na China e o impacto global da redução no estímulo monetário dos Estados Unidos --efetivamente sugando dinheiro do sistema-- têm sido particularmente punitivos nas economias emergentes que dependem do financiamento externo.
Moedas da Turquia, Agentina e Rússia, por exemplo, atingiram mínimas recorde, alavancando o iene, os francos suícos e os Treasuries dos EUA em uma indicação de contágio global.
Tais movimentos são fatores cruciais para os investidores externos porque as perdas na taxa de câmbio podem facilmente varrer qualquer ganho nos títulos no mundo emergente.
Entretanto, os dados dos fluxos de capital mostram que muitos investidores de longo prazo têm mantido, ou até mesmo elevado, a posse de ativos de emergentes. As saídas de capital de mais de 50 bilhões de dólares visto desde 2013 têm sido amplamente conduzidas pelos investidores do varejo.
Mas o temor é que em algum ponto os grandes investidores serão forçados a reduzir as perdas e sair do mercado, conforme o efeito da desvalorização das moedas se torna penoso demais para suportar.
"Toda crise de mercados emergentes é antes e acima de tudo uma crise cambial", disse o diretor-gerente da CrossBorder Capital, Mike Howell.
"Economias emergentes têm uma expansão muito fraca do fluxo de caixa dentro do setor privado. Há um problema cíclico, mas também estrutural." O desempenho da dívida de emergentes no ano passado ilustra como os movimentos de moeda são importantes. Por exemplo, a dívida do governo da África do Sul era levemente positiva em 2013 em termos da moeda local, o rand. Mas em termos de dólares, perdeu mais de 18 por cento, de acordo com o índice de títulos do Citibank.
E nos últimos três meses mais ou menos, o dólar se valorizou 2 por cento frente às principais moedas de países em desenvolvimento.
A avaliadora de fundos EPFR estima que já houve saída de quase 5 bilhões de dólares de fundos de ações e títulos de mercados emergentes até agora neste ano, após perda de 58 bilhões de dólares em 2013. Os fundos acionários de emergentes tiveram 13 semanas consecutivas de saídas de capital, a série mais longa em 11 anos.
O JP Morgan estima que os fundos negociados em índices de emergentes já tiveram perda líquida de 4,2 bilhões de dólares neste ano.
E os papéis de mercados emergentes estão tendo o pior desempenho nos mercados globais neste ano, perdendo 4 por cento.
REUTERS EPS AC
Londres - A fuga de investidores dos outrora pulsantes mercados emergentes nos quais haviam injetado capitais no valor de 7 trilhões de dólares pode ter apenas começado.
São principalmente investidores do varejo que fizeram as malas e saíram. Se e quando grandes empresas institucionais tomarem parte no movimento, existe o risco de saída de capital no atacado.
Sinais de desaceleração na China e o impacto global da redução no estímulo monetário dos Estados Unidos --efetivamente sugando dinheiro do sistema-- têm sido particularmente punitivos nas economias emergentes que dependem do financiamento externo.
Moedas da Turquia, Agentina e Rússia, por exemplo, atingiram mínimas recorde, alavancando o iene, os francos suícos e os Treasuries dos EUA em uma indicação de contágio global.
Tais movimentos são fatores cruciais para os investidores externos porque as perdas na taxa de câmbio podem facilmente varrer qualquer ganho nos títulos no mundo emergente.
Entretanto, os dados dos fluxos de capital mostram que muitos investidores de longo prazo têm mantido, ou até mesmo elevado, a posse de ativos de emergentes. As saídas de capital de mais de 50 bilhões de dólares visto desde 2013 têm sido amplamente conduzidas pelos investidores do varejo.
Mas o temor é que em algum ponto os grandes investidores serão forçados a reduzir as perdas e sair do mercado, conforme o efeito da desvalorização das moedas se torna penoso demais para suportar.
"Toda crise de mercados emergentes é antes e acima de tudo uma crise cambial", disse o diretor-gerente da CrossBorder Capital, Mike Howell.
"Economias emergentes têm uma expansão muito fraca do fluxo de caixa dentro do setor privado. Há um problema cíclico, mas também estrutural." O desempenho da dívida de emergentes no ano passado ilustra como os movimentos de moeda são importantes. Por exemplo, a dívida do governo da África do Sul era levemente positiva em 2013 em termos da moeda local, o rand. Mas em termos de dólares, perdeu mais de 18 por cento, de acordo com o índice de títulos do Citibank.
E nos últimos três meses mais ou menos, o dólar se valorizou 2 por cento frente às principais moedas de países em desenvolvimento.
A avaliadora de fundos EPFR estima que já houve saída de quase 5 bilhões de dólares de fundos de ações e títulos de mercados emergentes até agora neste ano, após perda de 58 bilhões de dólares em 2013. Os fundos acionários de emergentes tiveram 13 semanas consecutivas de saídas de capital, a série mais longa em 11 anos.
O JP Morgan estima que os fundos negociados em índices de emergentes já tiveram perda líquida de 4,2 bilhões de dólares neste ano.
E os papéis de mercados emergentes estão tendo o pior desempenho nos mercados globais neste ano, perdendo 4 por cento.
REUTERS EPS AC