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Fórum Social no RS deve receber 100 mil participantes

A terceira edição do Fórum Social Mundial começa na próxima quinta-feira, dia 23, com a Marcha pela Paz, e vai até a terça-feira, dia 28. Este ano, o evento deve receber 100 000 participantes, o dobro da edição passada e cinco vezes o que recebeu na primeira edição, em 2001. Eles assistirão a 1 710 […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h19.

A terceira edição do Fórum Social Mundial começa na próxima quinta-feira, dia 23, com a Marcha pela Paz, e vai até a terça-feira, dia 28. Este ano, o evento deve receber 100 000 participantes, o dobro da edição passada e cinco vezes o que recebeu na primeira edição, em 2001. Eles assistirão a 1 710 atividades (seminários, painéis, conferências e oficinas), mais que o dobro do ano passado, conduzidas por representantes de quase 5 000 organizações de 121 países.

A maior delegação estrangeira virá dos Estados Unidos, com mais de 1 000 pessoas e terá a participação do lingüista Noam Chomsky e do ator negro e ativista Danny Glover. A iminência de um ataque americano ao Iraque será motivo de uma grande manifestação antiguerra, a Marcha pela Paz. A segunda maior delegação é a da França, com cerca de 800 participantes. Em seguida vêm Itália, Argentina, Uruguai, Chile e Canadá.

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No primeiro Fórum, a estrela foi o agricultor francês José Bové, que chegou a liderar a destruição de lavouras transgênicas no interior do estado e foi mandado de volta ao seu país antes do final do evento. No ano passado, o destaque ficou para Chomsky. Este ano, ele estará novamente em Porto Alegre. Até a vinda de Bové está sendo alardeada. Desta vez, ninguém duvida que as atenções estarão voltadas mesmo para o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.

Também estão confirmadas as presenças do físico austríaco Fritjof Capra, autor do livro "O Tao da Física", do diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavia, do fotógrafo Sebastião Salgado, do escritor paquistanês Tariq Ali, do sociólogo português Boaventura Souza Santos, e da médica cubana Aleida Guevara, filha de Ernesto Che Guevara.

A questão do Oriente Médio também será amplamente discutida, com a participação de israelenses e palestinos. Entre eles, Shulamit Aloni, ex-ministra da educação e cultura do governo Rabin, Ely Ben Gal, filósofo israelense e ex-assessor de Jean Paul Sartre, Zyad Abu Zyad, parlamentar palestino e Said Kanann, escritor palestino.

Também estarão presentes figuras polêmicas como a surpresa das últimas eleições presidenciais da Bolívia, Evo Morales (líder dos indígenas produtores de coca, considerado pelos Estados Unidos um inimigo na luta contra as drogas), ou o ativista português pelos direitos dos homossexuais Paulo Jorge Vieira, 29 anos, presidente da ONG portuguesa Não Te Prives .

Sede permanente

No primeiro Fórum Social Mundial, em 2001, muita gente em Porto Alegre torceu o nariz para o evento das esquerdas, inclusive empresários e políticos não alinhados com a esquerda. Agora, com a expectativa de uma injeção de mais de 50 milhões de dólares na economia da cidade, estão todos unidos para tentar garantir a permanência do Fórum na capital gaúcha. Depois de três edições em Porto Alegre, o encontro mundial da esquerda pode ser transferido para a cidade de Hyderabad, no sul da Índia.

Porto Alegre se qualificou para o turismo de eventos graças ao Fórum. Este ano, preparou-se para receber os visitantes com linhas de ônibus especiais que percorrerão os locais em que haverá eventos do Fórum. A Carris, empresa de ônibus da capital, terá orientadores bilíngües nos principais terminais prestando informações. A prefeitura vai inaugurar uma linha turística, servida por um ônibus de dois andares, aberto no andar superior.

Os taxistas da cidade esperam que o movimento aumente 60% durante o evento. Mais de 400 deles fizeram curso de inglês para se comunicar melhor com os estrangeiros. Eles receberão camisetas e adesivos do Fórum, fornecidos pela prefeitura. Os lojistas também estão empolgados. A abertura do comércio aos domingos, garantida por liminar, deverá estimular os negócios durante o Fórum. Muitos funcionários de shoppings, hotéis e restaurantes tiveram cursos de inglês e espanhol.

Todos os 256 hotéis de Porto Alegre e região metropolitana estão lotados. Recepcionistas bilíngües voluntários estão no aeroporto recebendo estrangeiros e encaminhando-os aos hotéis ou ao acampamento da juventude, onde mais de 30 000 jovens estão armando suas barracas.

Eventos paralelos

Antes, durante e depois do Fórum Social Mundial, outros eventos de grande envergadura acontecem na cidade. Entre eles, o Fórum das Autoridades Locais, que reúne mais de 800 prefeitos de todo o mundo, o Fórum Parlamentar Mundial, o Fórum Mundial de Juizes, que este ano reune 700 juizes para discutir o "O Poder Judiciário e a Universalização do Direito". Participam dos debates magistrados de todos os continentes. Está prevista para esta terça-feira palestra da juíza francesa Mireille Delmas-Marty, da Corte Européia dos Direitos Humanos, sobre "Tribunais Internacionais e Mundialização".

Será realizado também o 2º Fórum Internacional em Defesa da Saúde dos Povos, que vai até quinta-feira (23), no prédio 40 da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Porto Alegre. O encontro faz parte da programação do Fórum. O 2º Fórum Mundial de Educação prossegue até hoje (22), no Ginásio de Esportes do Internacional (Gigantinho). Serão realizados debates na Usina do Gasômetro e nos armazéns do Cais do Porto. O tema central do encontro, iniciado no último domingo, é "Educação e Transformação: A Educação Pública na Construção de um Outro Mundo Possível". Será realizado também o Fórum Social da Publicidade que discute o comprometimento da publicidade com as iniciativas sociais.

Como acontece desde a primeira edição do Fórum Social, o que não faltam são shows e festas, num clima semelhante ao do festival de Woodstock. Este ano, haverá diversos espetáculos ao ar livre na beira do Guaíba, com músicos como Sivuca, Jorge Benjor, Paulinho da Viola e a Velha Guarda da Portela, banda Ira, grupos folclóricos nordestinos, a equatoriana Carmen Gonzáles, o saxofonista cubano Tito Junco ou o grupo senegalês Empire Mandingue, entre outros.

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