FMI: volatilidade vai disparar sem reformas prometidas nos EUA
Para o diretor do Departamento de Assuntos Monetários da instituição, a confiança dos mercados "está baseada em uma visão positiva" da situação
EFE
Publicado em 19 de abril de 2017 às 11h58.
Última atualização em 19 de abril de 2017 às 11h58.
Washington - O Fundo Monetário Internacional ( FMI ) advertiu nesta quarta-feira que a "volatilidade financeira poderia disparar" nos Estados Unidos se as reformas tributárias e de desregulamentação prometidas pelo presidente Donald Trump não se materializarem.
"Nos Estados Unidos, se as reformas tributárias e a desregulamentação anunciada gerarem trajetórias de crescimento e de dívida menos favoráveis que o esperado, os prêmios de risco e a volatilidade podem disparar", afirmou o Fundo em seu relatório de "Estabilidade Financeira Global".
O trabalho reitera que como "os mercados financeiros e a confiança dos investidores cresceram à espera deste estímulo fiscal prometido" por Trump em forma de redução de impostos, aumento dos gastos públicos e desregulamentação financeira, se isso finalmente não se concretizar "a estabilidade financeira estaria comprometida".
Para o diretor do Departamento de Assuntos Monetários da instituição, Tobias Adrian, a confiança dos mercados "está baseada em uma visão positiva" da situação.
Sobre a marcha à ré na regulamentação financeira adotada após a crise financeira de 2008, a organização dirigida por Christine Lagarde indicou que, "embora haja espaço para melhorar algumas das regras existentes, as autoridades deveriam evitar uma dissolução integral no importante progresso realizado para fortalecer a resistência do sistema financeiro".
"Especialmente, quando a estrutura dos balanços das companhias americanas está deteriorando", acrescentou o FMI ao comentar o alto endividamento das empresas dos EUA estimulados pelo ambiente de baixas taxas de juros dos últimos anos.
Trump criticou frontalmente a reforma financeira nos EUA, conhecida como Lei Dodd-Frank e aprovada por seu antecessor, Barack Obama, que aumenta a supervisão e exige mais robustez de capital às entidades, como um freio para a expansão econômica, e prometeu revogá-la.